Roberto Carlos – Em Ritmo de Aventura (1967)
Publicado; 05/04/2012 Arquivado em: Discos, Música, records Deixe um comentário
O Rei não está nú, e sim com jaqueta de couro, capa, cabelo comprido e lambido e sendo engrenagem capital em uma então nascente e amadora indústria do entretetimento tupiniquim para lhe apoiar e tornar o ilustre filho de Cachoeira do Itapemirim em ídolo das multidões jovens dos anos 60.
Em 1967, Roberto é a estrela desse filme a la Elvis, com tudo o que interessava a juventude da época: rock, liberdade, carros, velocidade, crimes, garotas e helicópteros.
Seria o primeiro Velozes e Furiosos?
Anyway, esse foi o primeiro grande álbum da carreira de Roberto ou pelo menos o mais redondo e bem finalizado até então.
Vai duvidar? O disco abre com “Eu Sou Terrível” e termina com “Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim”, no recheio dessa bolacha: “Voce Nao Serve Pra Mim”, “E Por Isso Estou Aqui” e “Por Isso Eu Corro Demais”… tá bom ou quer mais?
A sonoridade do álbum é fiel a estética Jovem Guarda. Tecladão “churrascaria” mandando na banda, guitarras secas, vocais cheios de eco para reforçar os momentos mais românticos e dessa vez acrescidos de arranjos espertíssimos de metais que dão mais brilho e leveza ao som do Rei.
Mas se esse disco já não é bom o suficiente ele ainda tem um dos momentos mais inspirados de Roberto como compositor solo: “Quando”. Obra que só um gênio como ele poderia ter composto.
Ontem o Rei esteve em Sampa anunciando seu novo projeto: Roberto Carlos em Jerusalém. Nada de novo no front, Roberto faz aquele misto de Andre Rieu, Easy Listening, tristeza e pieguice ao cubo.
Se ele virou esse xarope maníaco e cheio de tiques, cercado de histeria, idolatria e tocando essa mesma porcaria, parte da culpa é nossa.
Algum dia esse cara foi muito, muito legal e “Em Ritmo de Aventura” é a prova irrefutável disso!