Dinosaur Jr. – Bug (1988)
Publicado; 12/04/2012 Arquivado em: Música Deixe um comentárioEra uma vez a banda que deveria ter sido a mais influente de toda uma geração, que suscitava amores e repudios em iguais proporções, que tinha um dos guitarristas mais fominhas da paroquia e que produziam os mais descomunais barulhos em torno de melodias “neilyoungianas”.
Essa banda começava a alçar voos maiores, estava pronta para assinar com uma grande gravadora, ter mais projeção, ficar mais conhecida e conquistar o mundo.
Só tiveram um probleminha: Timing.
E o mais bizarro é que eles não estavam com o timing atrasado, e sim adiantado. O Dinosaur Jr. estava a frente do seu tempo quando o mundo da música mainstream ainda não havia acordado com esse turbilhão sonoro subterrâneo.
Um belo dia, ele estava, a brecha se abriu para o barulho, mas ai eles já não eram mais a mesma banda.
Entre 1987 e 1988 o Dinosaur Jr. lançou duas obras-primas magnânimas no quesito rock barulhento pre-grunge. You’re Living All Over Me e Bug. Esses dois álbuns juntos deram praticamente todas as chaves e saídas que as bandas dos anos 90 iriam se utilizar e fazer o grunge virar palavra fácil na boca de todo mundo.
São dois discos fabulosos, escolhi o Bug por “unidunite”. Ah sim, esse disco começa com Freak Scene, talvez a melhor música de abertura pé na porta que eu conheço.
Bug tem tudo e rápido. 8 faixas sem deixar cair o pique em nenhum momento, e jogar na sola do chinelo todo mundo que quis fazer barulho e melodia depois deles, muitos chegaram perto como o Nirvana, outros disputaram pau a pau como Mudhoney e outras nem pro cheiro (pode juntar todas as outras de Dishwalla a Cage The Elephant).
Em 1990, eles ainda lancariam outro petardo: Green Mind que acabou ficando obscurecido por todo o resto e eles acabaram sendo mais uma dentro das multi-ofertas grunge que assolaram a humanidade.
Bem, depois de idas e vindas a banda voltou, tem o respeito de toda a classe roqueira, continuam insaciáveis na busca pelo ruído perfeito e envelheceram cercado de toda a idiossincrasia clássica de uma banda que ferrou com tudo e sabe disso.
Ai que saudade da modernidade!