Ella Fitzgerald – Clap Hands, Here Comes Charlie (1962)

Ella é a cantora das cantoras.

Ella é a maior.

Ella é a que melhor e mais produziu obras-primas.

Ella é retrato e voz do que de melhor e mais bonito se fez no século XX.

Ella foi tudo isso e mais.

No inicio dos anos 60, Ella já era a rainha da canção, graças aos seus famosos, populares e inacreditáveis Songbooks (Gershwin, Cole Porter, Irving Berlin e Duke Ellington nos anos 50 e Harold Arlen no inicio dos anos). Sucessos revolucionários que ajudaram a criar os padrões para todos os “discos” que sairiam dali em diante.

Os Songbooks foram, em sua maioria, as gravações definitivas dos maiores compositores norte-americanos da primeira metade do século XX, tendo em Ella a sua principal interprete.

Depois de uma sequencia de álbuns ao vivo espetaculares como Mack The Knife e Live At the Opera House, Ella encontrou uma brecha para se enfiar em um estúdio em Los Angeles com um pequeno grupo que tinha Lou Levy ao piano e Herb Ellis nas guitarras, dentre outras feras, e gravar canções matadoras nesse álbum que é peça querida para os fanáticos apreciadores da cantora.

Em resumo é o seguinte: não haveria mais cantoras de jazz se Ella não tivesse aparecido e feito o que fez. Exemplo máximo de talento associado a popularidade e respaldo da crítica.

Não há contra indicações em relação a sua música, só efeitos colaterais irrecuperáveis como uma terrível intolerância e enfado para com todas as imitadoras e sucessoras da dama.

Fazer o que? Depois de ouvir a melhor, fica difícil aceitar o mediano.

Ella é o paradigma do jazz. Se hoje o jazz com vocal feminino virou bundão, cafona, água com açúcar e raso a culpa não é de Ella.

O problema foi que ela esgotou todas as possibilidades, assim não haveria mais sentido continuar fazendo esse tipo de som.

A própria Ella mais tarde também abraçaria a modernidade com álbuns mais avançados como Sunshine Of Your Love (onde canta rock) e Ella Abraça Jobim (cantando temas do Tom Jobim), mesmo que os resultados sejam medianos.

Anyway, Ella foi a maior e esse álbum é uma pitadinha de toda a classe, simplicidade e beleza que ela imprimiu na cultura popular mundial e sua forma definitiva de cantar as canções mais populares de sua época.

Clap Hands… faz um bem a alma. Acalma, apazigua e dá esperança que tudo pode ser melhor, mesmo quando tudo diz que não.

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