Bill Evans – On Green Dolphin Street (1959/1975)
Publicado; 28/04/2012 Arquivado em: Discos, Música, records Deixe um comentárioBill Evans é gente que fez.
No final dos 50, ele começava sua carreira solo como líder, mas naquela época ele fazia parte também do inacreditável time que acompanhava Miles Davis e que acompanhou o monstro em Kind Of Blue (1959), tido como o maior álbum de jazz da história.
Bill sempre foi irrequieto e classudo.
Seu piano e seu toque suave, rápido e decidido virou um novo paradigma do jazz pós-bebop e não é para menos, o homem ajudou a inventar o jazz moderno que seria seguido por outros monstros como Keith Jarrett, Chick Corea e Herbie Hancock entre outros.
Essa obra-prima ficou engavetada por mais de 15 anos, até que com muita insistência de Orrin Keepnews (homem do jazz e da indústria do jazz), convenceu Bill, a lançar essas sessões em álbum, mesmo que ele achasse imperfeições nas gravações, Bill que nessa época estava afundado na cocaína e seguia uma errática carreira entre manter seu piano jazz e abraçar a modernidade do jazz fusion que dominava a cena, acabou concordando com o lançamento.
On Green Dolphin Street é suave, poderoso e contava com Paul Chambers no baixo e Philly Joe Jones na bateria. Um trio que fazia miséria!
Como naquela época, tempo era dinheiro e tempo de estúdio era muito mais dinheiro, as sessões ocorreram em 19 de janeiro de 1959, entre um show e outro e entre outras diversas sessões que esses senhores frequentavam para conseguir juntar dinheiro suficiente para cobrir as contas do aluguel, das biritas e dos agiotas.
Nada de glamour. Todo mundo tocava por amor a música, mas amor ao tutu também.
Deixando o grupo de Miles, Bill seguiu uma espetacular carreira solo ao longo dos anos 60, mas seu vicio em heroína e cocaína, além de seu temperamento fechado, tímido e arredio o tornaram um artista pouco popular, mesmo sendo respeitadíssimo dentro do meio musical.
Com esse lançamento em 1975, Bill foi realmente alçado a condição de um dos grandes gênios do piano jazz e mostrou um belo contraponto a musical tonal que dominaria aquele mágico ano de 1959 (ano de Kind Of Blue, mas também de Shape of Jazz To Come de Ornette Coleman, outra revolução sonora daquele ano).
Bill morreria 5 anos apos o lançamento de On Green…
Jazz para um sábado a noite. Pegue seu whisky e boa viagem!