Afghan Whigs – Congregation (1992)
Publicado; 09/06/2012 Arquivado em: Discos, Música, records Deixe um comentárioVoltamos ao “grunge”.
Se o tédio é um tremendo combustível para a criatividade, o Afghan se abasteceu um bocado, afinal Cincinnati em Ohio deve ser um lugar tão desinteressante quanto uma São José do Rio Preto ou Uberaba e ouvir música, usar drogas e ter uma banda eram necessários para alguém minimamente sensível sobreviver a um buraco desses.
O ambiente foi fundamental para a confecção do som dos Whigs, pois eles sempre quiseram ser uma banda de soul e até conseguiram chegar lá nos seus dois últimos discos “Black Love” de 1996 e especialmente “1965” de 1998, mas branquelos que são, tiveram que compensar a falta de melanina por muita força de vontade, barulho, estudo e originalidade e acabaram virando a primeira e única banda de “Soul-Grunge” da história…
Dificil encontrar um grupo com uma discografia tão contundente quanto a deles.
Não tem papelão e nenhum disco que seja meia boca.
Tudo é intenso, pensado, executado com esmero e poderoso.
O universo do vocalista e líder Greg Dulli sempre foi muito adulto, por isso a molecada na época deixou o grupo meio de canto, porque afinal de contas, moleque é tudo retardado e incapaz de enxergar um mês pra frente.
Esse álbum possui um chaveamento de guitarras impecáveis com profusões generosas de baterias compassadas em volume insano, regado a vocais marcantes, com Dulli dando tudo, variando entre o sussurro libidinoso aos berros desesperados, letras barra-pesada , honestas e diretas demais para a média do que se fazia na época.
Congregation é repleto de baladas pesadas como Congregation e Dedicate It, dois dos melhores exemplos da estrutura dos Whigs e o que dizer de Conjure Me e a faixa escondida Milez is Ded? Dois clássicos do novecento grunge, ainda hoje causam arrepios.
Um dos grandes álbuns dos anos 90. Rock com alma para uma vida inteira.