John Coltrane – Meditations (1965)

Finalmente um disco do Seu João por aqui.

Pra falar a verdade, eu evito um pouco as unanimidades ou vacas sagradas por uma razão muito simples, eu não curto unanimidades.

Coltrane, assim como Miles Davis, é um dos mais iconográficos representantes do jazz de todos os tempos e um dos principais artistas aglutinadores de publico, seja de novo público que se aprochega aos sons do jazz, seja de ouvintes mais experimentados.

Coltrane é ou deveria ser presença obrigatória nas discoteca de qualquer cidadão que goste de música.

Os favoritos de grande parte do público são, em ordem decrescente: Blue Train, Ballads e principalmente A Love Supreme, talvez o mais amado disco de jazz da história.

Mas como eu sou do contra, escolhi Meditations.

Gravado em 1965, Meditations é incomodo, barulhento, frito e marcaria uma virada definitiva na carreira de Coltrane em direção ao free-jazz experimental, por muitas vezes, insuportável (é verdade!), mas revolucionário em forma, conteúdo e expressão.

Como é pra frente que se olha, Coltrane tinha mudado sua banda e pra esse álbum, tinha a companhia mais segura e poderosa de Pharoah Sanders que com seu sax tenor dividiu com João a responsabilidade em gerar o caos e linhas diferentes de harmonias difusas dentro de um amplo espectro de possibilidades delineadas e comandadas pela base mais poderosa de toda a historia do jazz: McCoy Tyner, Jimmy Garrison, Elvin Jones e Rashied Ali (um verdadeiro dream team do jazz).

Meditations é uma viagem em espiral ao inferno, a danação e ao lado escuro da luz (viagem né?), mas é um disco tão espinhento e tão dolorido que também não é um disco pra se ouvir o tempo todo e a qualquer momento.

Fritação das boas.

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