Isaac Hayes – Hot Buttered Soul (1969)

E diz se 1969 não foi um ano muito foda?

Tenho ouvido esse cd no meu “discman” na ida e volta ao trabalho há pelo menos uma semana seguida…

É, você leu direito, eu escrevi “discman”, é esse o “device” que eu prefiro para escutar música em locomoção pela cidade e no transporte coletivo. Com um fone razoável, dá pra ouvir musica na melhor e mais barata qualidade possível sem ficar dando pala pra malandro, afinal, quem vai querer roubar um Discman…

Pois bem, o “Chef” tem sussurrado seu soul arrastado e viajandão acompanhado pelos fabulosos BarKeys na minha orelha a semana toda e a cada nova audição, uma nova descoberta, uma batida nova que pinta junto ao ruído do metro, uma virada que se modifica e se revela ao longo das 4 músicas presentes nesse álbum, que se alongam em viagens sonoras onde cada músico tempera cada faixa com seu mel, com sua pimenta e deixando o “chef” livre para entrar só quando tiver vontade, afinal esse é um disco pra quem curte “som”.

O “som” desse álbum é surreal e irreproduzível em formato digital, simplesmente não cabe em wav ou mp3.

Ou é tudo ou é nada com ele.

Ou você dá atenção aos pormenores desse filé, ou vai deixar passar batido toda a riqueza soul contida nessa pepita…

Acompanhado dos Barkeys, que estavam na ponta dos cascos, Isaac revisita e reinventa dois standards da música americana: Walk On By e By The Time I get to Phoenix que respectivamente abrem e fecham Hot Buttered Soul e no miolo tem Hyperbolicsyllabicsequedalymistic e One Woman, dois temas originais absurdos.

Hot Buttered Soul deve ser o disco mais sampleado de Hayes, e seus grooves foram usados por todo mundo desde então.

Uma aula de soul e veneno.

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