Miles Davis – Kind Of Blue (1959)
Publicado; 02/09/2012 Arquivado em: Discos, Música, records | Tags: bill evans, paul chambers Deixe um comentárioSó é possível dizer que você conhece jazz depois que escutar muito e muito e muito esse disco.
E lá estava eu há alguns anos atrás achando que conhecia jazz, mas na real não sabia picas, o que não quer dizer que hoje eu seja um expert, tô bem longe disso, mas não dá pra fugir do óbvio.
O óbvio é que em algum momento da sua vida adulta você precisa passar por Kind Of Blue.
Na real, acho que só virei homem de verdade depois que entendi Kind Of Blue.
Pagava de gatão na real, a ficha só caiu quando eu li o livro KIND OF BLUE, a biografia que conta a história da criação desse álbum, que devorei com o Cd non stop durante todo o processo.
Foi uma catarse, reaprendi a escutar música e o jazz começou mesmo a fazer sentido na minha cabeça depois dele.
Primeiro que Kind of Blue tem tudo: clima, atmosfera, biografia e 5 músicas inesquecíveis.
E tem a melhor formação da história do jazz: Coltrane e Adderley dividindo os sopros com Miles, tem Bill Evans e seu piano mágico, tem Paul Chambers no baixo e Jimmy Cobb nas baquetas.
Kind of Blue é o ABC do jazz, é o supra-sumo e basta…
O disco é suave, lírico, perfeito de ponta a ponta, com silêncios, quietudes e melodias inesquecíveis e seu formato de suítes é intrigante, parece ter sido construído sob areia movediça ou em cima de uma ponte pencil.
Não perde o pit em nenhum momento, não acelera, não tem pressa, é um disco em que tensão e relaxamento caminham juntos, como forças imcompativeis da natureza bailando e promovendo orgias.
Kind of Blue é o refugio dos oprimidos, é o último disco que se precisa escutar em vida, assim como o whysky seria o último drink, o picadinho o último prato e por ai vai…