Kon-Kan – Move To Move (1989)
Publicado; 08/09/2012 Arquivado em: Discos, Música, records | Tags: immigrant song, kon kan, nancy sinatra Deixe um comentárioMomento vergonha!
Como ja dizia Elymar Santos “…escancarando de vez.”
Pois é, se diz que em toda boa discoteca também tem umas porcarias das quais a gente se arrepende de ter, tem sempre aquele que você ganhou e fica chato devolver, essas coisas.
Mas e se o disco é uma porcaria que você adora?
Pior é que é sério, eu acho esse disco demais.
Bem, o disco todo não, mas os três hits desse álbum são das coisas mais empolgantes que se fez em termos de dance music no final da década de oitenta.
O Kon-Kan foi uma das milhares de armações musicais que surgiram sabe-se lá de onde e foram sabe-se menos ainda, mas tinham como quase todos esses projetos de Dance Music, as seguintes diretrizes:
Fazer hits para encher as pistas;
Bombar as boates de gente jovem com dinheiro para gastar;
Afrouxar os cintos.
O disco todo não é realmente lá grandes coisas, mas os 3 singles que tocaram em rádio, tiveram clipe e hoje sobrevivem no youtube são tão bosas, que valem literalmente a menção nesse blog.
I Beg Your Pardon é irresistível, não dá pra ficar indiferente quando toca, e quer saber, é um baita achado. Ainda hoje acho essa música do caralho. Riff sintetizado durão, bateria pesada e marcada e vocal cantado com o máximo de esforço de alguém que nitidamente não é do ramo dá. Pura nostalgia das minhas primeiras matinees em discotecas de playboys.
O resto do lado A é chatérrimo, nunca deu para ouvir e ficou pior com o tempo, mas ai vem o lado B: Hairi Houdini – outro lixo delicioso, 3 notas na sequencia mais manjada que se pode imaginar, durona mas com acordes mais abertos e um teclado com um timbre brega, mas feliz. Outro golaço.
O Lado B se arrasta até chegar na faixa que encerra o álbum: Pussy n Boots. Funkeado, com uma guitarra aparente rifando o mínimo possível e uma trombada impensável de Led Zeppelin com Nancy Sinatra.
Acho que na real, o disco é importante para mim, pois foi a primeira vez que ouvi Immigrant Song (Led), These Boots Are Made For Walking (composição de Lee Hazlewood, famosa na voz da filha do homem) e “Rose of Garden”, (sucesso brejeiro na voz de Lynn Anderson) num disco xumbrega mas que usou com muita sabedoria o sampler.
No fim das contas, com o Kon-Kan, cheguei a artistas que normalmente se demoria um bocado pra alcançar, principalmente para quem morava no Brazilzão do governo Sarney, rádios com programações viciadas e pouquíssima referencia estrangeira de qualidade.
Era o que tinha, e valeu a pena.