Nirvana – Bleach (1989)

Putz, cada vez que ouco Bleach, melhor ele fica.

Já faz um tempo que virou meu disco predileto do Nirvana e depois que a magnânima, incrível e devastadora edição comemorativa em Vinil duplo aterrizou em casa essa semana, corro sério e real risco de fura-lo, pois está sendo executado até a exaustão, em especial o segundo disco que é uma gravação ao vivo em 1989, curta, destruidora e imbatível.

Complementa como uma luva o álbum barulhento, ambicioso e cheio de grandes ideias que na miúda, mexeu com um monte de gente nas ultimas duas décadas.

A força de Bleach está na guitarra demolidora, raivosa e espinhenta de Kurt. Tocada com alma, coração, desilusão e uma vontade gigantesca de cuspir na cara da sociedade que o relegou a condição de White Trash Boy, o disco traz uma radiografia interessante de um fim de uma geração roqueira, que tal qual o personagem Benjamim Button, que ao envelhecer vai ficando com aspecto mais jovem, encontra no jovem Kurt, esse espirito punk velho que nasceu lá em Leadbelly, passou por outras almas atormentadas como Charlie Feathers, Tav Falco, Jeffrey Lee Pierce, Gram Parsons, Greg Ginn e outros até chegar no doente Kurt Cobain e fechar essa linda historia de devoção destruidora ao rock.

A lenda começou em Nevermind e toda a história pós já tá bem documentada, agora esse antes diz muito sobre o que viria a acontecer depois.

School, Floyd The Barber, Negative Creep, Blew… violência como se ouviu poucas vezes em um disco. Tudo isso tem um preço e Kurt pagou por essa virulência 5 anos depois.

Ao lado dessa demência genial, pintava About a Girl, pop bobo a la Beatles que só um sujeito que olha lá pra frente poderia conceber também, afinal ele podia ser doido, viciado e auto-destrutivo, mas também era esperto o suficiente para saber o que precisava fazer para chegar lá e fazer seu strike.

Reescutar Bleach em toda a sua plenitude sonora foi um reencontro pra lá de especial e só reforçou na minha memoria, os bons tempos dos quas a música do Nirvana fez parte na minha adolescência.

Eu sei que fui feliz, mesmo quando tudo dizia que ia dar errado.

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