We are a;GRUHM… and you are not! – a;GRUHM… (1988)
Publicado; 04/05/2015 Arquivado em: Música | Tags: a;GRUHM..., belgian electronic music, EBM, industrial music Deixe um comentárioComeçando o alfabeto com essa dupla de industrial lá da Bélgica.
O que prova que além de cervejas artesanais, chocolate e Tin Tin, a Bélgica esteve, pelo menos por um breve instante, na vanguarda da música pop alternativa.
Lá no ABC paulista, nas distante década de 1990, tinha uma cena gótica e EBM da boa, com discoteca que abria pra matinê e tudo.
Neguinho ficava felizão a beça dançando todo de preto num galpão quente virado pra parede… ainda fazem isso?
A primeira vez que ouvi um som dito, “industrial” foi com o Front 242 e a clássica “Headhunter”.
O clipe era bem bizarro, todo em preto e branco com uns caras muito feios e sinistros usando cascas de ovos nas cabeças.
Por incrível que parece, essa loucura tocava no rádio e passava clipe no Clip Trip (programa da TV Gazeta dedicado a exibição de videoclipes), época pré-MTV.
O Front 242 é belga, assim como o a;GRUHM.. ligou a vanguarda belga nos sons estranhos?
Pra quem é leigo nessa parada, resumindo mal e porcamente, o EBM é um som eletrônico que surgiu nos moldes que o tornaram famosos mais no finalzinho dos 70 com um grupo britânico chamado Throbbing Gristle, (esquisitinho do jeito que eu gosto).
Basicamente tem muita influência do punk, mas ao invés de guitarra, baixo e bateria, o som é composto de sintetizadores, teclados, sequenciadores e baterias eletrônicas com um pouco de guitarra em alguns casos.
O som é mais pesado, nervoso, denso e sisudo na maior parte do tempo.
Tem gente que manja muito mais de EBM do que eu, então meu resumo termina aqui antes que eu escreva merda.
Esse disco em especial do a:GRUHM… eu comprei por acidente e graças a algumas indicações e a minha inclinação natural em descobrir coisas estranhas.
O Lado A é legal, com destaque para um versão bizarra para Another Brick In The Wall. Outra boa desse lado A é New Fashion, que poderia ter sido um hit nessa época estranha.
Porém, o lado B reserva as melhores músicas do disco: Drama in The Subway é um belo exemplo de industrial europeu, que é diferente do que se fazia nos EUA ou mais precisamente no Canadá, de onde vem a banda mais foda nesse negócio que eu conheço, chamada Skinny Puppy (um dia chegaremos e eles).
Hapeople também é bem foda, se existisse ainda festinha pra esse tipo de som, essa cairia muito bem.
Generation vem numa batida marcial típica do gênero, marcada e pesada com um baixão eletrônico em slap.
O disco fecha com Edito, outra castanhada.
Pensando bem, se ainda existissem festinhas de EBM daria pra tocar essas 4 na sequencia sem medo.
Mas acho que festinhas assim não cabem mais nesse mundinho pop bunda mole alegre de hoje, onde ser feliz mesmo que de mentira é o que vale.
Que tristeza!