Lone Rhino – Adrian Belew (1982)

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O que dizer de uma capa em que um cara meio careca, vestindo um blazer vermelho claro com uma guitarra na mão, no meio de uma pasto, apontando e encarando um rinoceronte com uma garça em cima do seu dorso?

Deve ser uma das mais toscas e incríveis capas de discos de todos os tempos!

Pra dizer o mínimo.

Bem, Adrian Belew é gênio da raça e no final dos 70 pros 80 ele tocou guitarra pra quase todo mundo que importava naquela época.

Vai vendo a lista: David Bowie, Talking Heads, Paul Simon, King Crimson, Frank Zappa e por ai vai.

Só fera, meu!

Sua carreira como guitarrista é foda.

Já a solo não é tão consagrada, mas extremamente digna e com alguns grandes momentos.

Esse é o disco de estreia dele e é ótimo!

Pra frentex dentro do que a década podia oferecer, o Adrian soube beber bem das fontes e sugar a manha dos caras para quem estava tocando na época e o disco tem muito de Talking Heads e de Ryuichi Sakamoto.

Quando cai pro rock como Big Electric Cat ou The Man In The Moon, chega quase ao descaro de soar muito parecido ao Talking Heads da fase Fear of Music. Umas músicas mais nervosas, meio dramáticas, mas com arranjos muito espertos e guitarras pra lá de especiais, já nos finais de cada lado, ele fica quase num som estéril e monocromático, em especial em Naive Guitar… ali fica bem a cara do japa.

Dois contrapontos muito interessantes e muito difíceis de se fazer num mesmo disco (nesse caso, tudo num mesmo lado!)

O estilo do Adrian sempre foi a vanguarda, sua praia sempre foi explorar as possibilidades da sua guitarra, tanto que nos créditos do LP ele informa que faz: guitar effects drums percussives and lead vocals.

Tem vanguarda que é chato pra dedéu e eu não dou conta, além do que, muita dessa vanguarda só faz sentido pra quem toca.

Adrian consegue levar a vanguarda pra fora do seu quadradinho e transformar em música audível, palatavel, difícil em alguns momentos, mas excelente e muito acima na grande parte do álbum.

Em tempos rasos, superficiais e bicudos, se deparar com uma pepita dessa perdida é um convite a permanecer no passado e esquecer do presente.

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