Autógrafos de Sucesso – Aphrodite´s Child (?)
Publicado; 24/06/2015 Arquivado em: Discos, records | Tags: Aphrodite´s Child, Demis Roussos, Greek Psychedelic Rock, Greek Rock, Vangelis Deixe um comentárioAgora vamos para longe, pra bem longe, precisamente para a Grécia. E ao maluco rock progressivo e psicodélico da Grécia.
Ou especificamente, ao Aphrodite´s Child.
O Aphrodite´s Child voltou a ser razoavelmente lembrado graças ao falecimento recente do cantor Demis Roussos, que ficou mundialmente conhecido por sua voz doce, um agudo muito bonito e canções românticas pra você ouvir na sua próxima viagem ao Mediterrâneo Antigo.
Além do já citado Demis, a banda trazia na sua formação o tecladista Vangelis (autor de inúmeras e famosas trilhas de filmes dos anos 70 e 80 e álbuns de new age/progressivo).
O som da banda, mais do que um progressivo propriamente dito, entra naquele tipo de som meio viajante, mas com base pautada em canções de verso / bridge / refrão, meio na linha do Moody Blues, do Procol Harum e outros…
Comprei esse play há pouco tempo, e essa coletânea é daquelas que se prestavam a apresentar um artista mais ou menos conhecido e fazer um dinheiro já que lançar todos os plays deveria ser caro e ninguém no Brasil ia comprar todos os discos do Aphrodite´s Child né?
O mais louco dessa coletânea é olhar na contra-capa todos os outros artistas lançados por esse mesmo “selo”, vai de Os Cariocas passa por Evaldo Braga, Mpb-4, Edu Lobo e Tim Maia.
O que torna ainda mais enigmática a escolha dessa banda pra uma série de coletâneas tão genéricas.
Vai saber, de repente alguém dormiu no ponto e saiu.
O fato é que se trata de uma bela porta de entrada ao som dos caras, tudo é muito palatável, muito decente e a pecha do progressivo passa muito longe.
No lado A, vem com bleas músicas como End Of The World e Spring, Summer, Winter e Fall, além da melosíssima Maria Jolie.
Agora o fino mesmo fica com Babylon e Wake Up, duas castanhadas espetaculares e impensáveis, mas de arrebentar, pesado, estranho e com escolhas não convencionais de timbres e arranjos.
Um cara que se revelou grande fã deles é o Jeff Tweedy do Wilco, e reparando bem, escutando Wake Up, dá pra ouvir uns ecos e uns arranques que o Wilco usaria no seu som, em especial nos discos pós-Yanque Hotel
No lado B tem dois dos seus maiores “sucessos”, as baladas Break e Rain And Tears, mais duas com muita cara de neo-americana anos 2000. Dá pra escutar um monte de bandinha meia boca tentando copiar a atmosfera do som desses caras.
Atmosfera, por sinal, é o que mais tem nesse Play, que sonoridade particular e estranha, deixa tudo com um cheiro de muito antigo e muito bom.
Pepita de deixar os paladares auditivos muito felizes.