The Bags – All Bagged Up, The Collection Work 1977-1980 (2007)

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Se desse pra contabilizar todas as bandas punks boas que apareceram e sumiram entre 1977 e 1983, daria uma lista tão grande e tão boa que não caberia na estante física ou virtual de ninguém. Caberia em umas 30 paginas do Apple Music e daria uma lista pra se ouvir infinitamente.

Isso só pra contar as bandas que não lançaram nada em disco, só em compactos.

Graças a Deus, existe gente doida suficiente para resgatar essa galera toda e uma gente mais doida ainda pra comprar esse tipo de disco.

Por isso que no mundo existem selos como a Artifix Records, bandas como The Bags e doidos como eu.

A Artifix é especialista em resgate de obras de bandas punks e hardcore da Costa Oeste Americana do final dos anos 70 até o meio da década de 80, e tem ou tinha em seu catalogo algumas pepitas como Social Task, The Deadbeats, The Undertakers e The Bags e nas minhas andanças pela terra do Tio Sam, tive o privilégio e a sorte de achar esse play fantástico dessa banda fodástica!

Liderado pela carismática e energética Alice Bag, o The Bags tocou o fino da pancadaria entre 78 e 1980, nunca chegaram a gravar um álbum propriamente dito, mas deixaram para a posteridade alguns registros ao vivo e pouquíssima coisa gravada, que se limitou ao compacto duplo Survive/Babylonian Gorgon, todos eles compilados nessa verdadeira prestação de serviço musical feita pela Artifix que juntou tudo que podia e existia nessa coletânea.

Como faz parte de toda essa geração DiY da California, o som predominante era o Punk Hardcore, menos feliz do que as porcarias que vieram depois como Bad Religion, Pennywise e que tais e com viés politico/comportamental forte, menos panfletário que Dead Kennedys.

Acho o The Bags mais próximo de outras bandas da cena como Weirdos e X, tentando levar o esporro um pouco mais a sério e com pretensões mais “artísticas”, sem contudo ser boring ou cagadores de regras.

Das faixas gravadas, eu adoro Disco’s Dead, que tem uma história ótima: de acordo com o encarte que acompanha o LP, essa faixa não foi escrita por ninguém da banda, mas por um cara que queria ganhar um concurso promovido por uma Estação de Rádio de Los Angeles de “Melhor Canção Anti-Discoteca” e esse cara se aproximou da banda e pediu que eles gravassem e essa faixa foi parar numa compilação chamada The Insane Darrell Wayne No Disco Album, álbum facilmente encontrável na internet. A banda nem foi creditada nessa faixa.

Outra preciosidade desse album é Babylonian Gorgon, que é espetacular e dá uma ideia do que seria a banda se tivesse ido pra frente, gravasse e melhorasse. Baita musica boa!

Ao vivo, as gravações não tem o acabamento de outros discos ao vivo, mas captura muito bem a pegada forte da banda e o calor do som que eles produziam.

É por essas e outras que o punk espalhado pelo mundo foi a melhor coisa que aconteceu para a música desde que Elvis Presley chacoalhou o saco na cara da sociedade americana nos anos 50. Não consigo ouvir ou pensar em coisa melhor.

Passados todos esse anos e conhecendo profundamente vário gêneros, o punk ainda é o meu favorito.

Não me canso nunca.

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