Black Ivory – Baby, Won’t You Change Your Mind (1972)
Publicado; 04/09/2015 Arquivado em: Discos, records | Tags: American R&B Seventies, Black Ivory, cool R&B Deixe um comentárioÓtimo som para praticar o “deboismo”, nova modalidade que tem se feito necessária nesse clima de horror político e social que vivemos desde que decidimos dividir a miséria humana em direita e esquerda e fazer de conta que a merda do seu lado é mais jóinha que a do outro.
Bullshit, deboismo já.
Não conheço música mais apropriada para acompanhar esse deboismo do que um bom disco de Black Music bem no sapatinho, mas sem ser chabizeiro.
E calhou de hoje ser justamente esse disco delicia de estreia do competente e sossegado Black Ivory lançado no comecinho dos anos 70.
Macio como uma pluma se deitando no solo, suave e com firmeza, os meninos tocaram tudo nesse play e fizeram um som que é pura Nova York do inicio dos anos 70 antes das invasões da discoteca e do punk rock.
Suave, malandro e sofisticado, esse disco segue no paradigma dos álbuns de black music setentista, seguindo a risca a regra de trabalho de 10 entre 10 artistas que queriam se dar bem no business, e aqui eles seguem a cartilha direitinho.
E qual é essa cartilha?
Baladas.
Baladas melosas, baladas mais safadas, uma ou outra mais rapidinha pra dançar e tome mais balada.
Por que?
Ué, porque as mina pirava em balada romântica, ou isso é muito diferente nos dias de hoje? E os homens que queriam se dar bem com as mina, tocava umas baladas boas pra pegar as que tivessem precisando de um carinho.
Resumo, a necessidade de sexo casual leva 10 entre 10 pessoas a usar baladas para ajudar no clima (junto com birita, cinema, jantarzinho e outros recursos).
Das 9 faixas do disco, 3 são baladas estilo ultra melosas como a faixa titulo além de Time Is Love e Spinning Around, uns dois funkinhos sossegados pra mostrar que eles também quebram tudo quando chamados para a batalha como Just Leave Me Some e One-Way Ticket To Loveland, 1 estilo Motown, que é a ótima Time Is Love.
No lado B tem mais 3 baladas, algumas mais de dor de cotovelo, do estilo “patinha machucada” com It’s Time To Say Goodbye e No If’s And’s, Or But’s (tá ai um excelente nome de música né?) e uma lenta mais arrastando correntes que é a derradeira Wishful Thinking, hoje a minha favorita desse album.
Sei menos do que gostaria de música negra, mas gosto de fuçar e esse play quando achei, foi um tremendo achado.