Brian Wilson – Pet Sound Tour 20-05-16 (London Palladium – Londres UK)
Publicado; 08/06/2016 Arquivado em: Música | Tags: Al Jardine, Brian Wilson, London Palladium, Matt Jardine, Pet Sounds Deixe um comentárioHá 50 anos o mundo ouvia pela primeira vez o disco mais bonito da música pop mundial.
Há 50 anos, uma doce fúria na forma de compositor, cantor e produtor colocava em notas musicais o disco mais bonito da música pop mundial.
Há 50 anos, muitos artistas vem tentado (em alguns momentos chegam perto), mas Pet Sounds continua sendo o disco mais bonito da música pop mundial.
Comemorando os 50 anos de lançamento da obra-prima Pet Sounds, Brian Wilson juntou um timaço e caiu na estrada para mostrar ao mundo de hoje, o que muitos já sabem faz tempo. Que Pet Sounds é o disco mais bonito da música pop mundial.
Brian Wilson chegou e sentou em seu piano desligado e ao seu lado, o companheiro de primeira formação dos Beach Boys, Al Jardine tocando sua guitarra aparentemente desligada também.
Não deixa de ser emocionante ver os dois monstros lado a lado, Brian já quase não consegue cantar, e tenho duvidas se ele tem completa noção do que faz no palco, mas o que mais impressiona é que Al manteve a mesma voz.
Na primeira parte do show, algumas clássicas como Heroes And Villians, California Girls, In My Room que já foram capazes de arrepiar e dissipar as duvidas sobre a seriedade do show.
Outro ponto inusitado é a presença do filho de Al Jardine, Matt Jardine que canta tal qual um Brian Wilson nos anos 60 e em Don’t Worry Baby, assume o vocal principal. Fechando os olhos, voltamos para 64 e ouvimos um fantasma cantar. Arrepiante.
Aliás, foi um bom truque, ele reveza com Brian os vocais e onde o velho Beach boy não alcança mais, Matt vai lá e complementa.
Lá pelo meio desse set sobe outro convidado, Blondie Chaplin que gravou 3 álbuns horrorosos com a banda nos anos 70 e acrescentou nada ao show. Maleta, Blondie achou que a festa era pra ele, exagerou nos solos e na pose e tinha fãs tão fanáticos por Beach Boys na platéia que até em Sail On, Sailor seguramente, uma das piores músicas do mundo, tinha gente cantando.
Antes da ultima música, Brian já sai do palco e tal qual numa peça de teatro, vamos para um intervalo de 10 minutos.
Tempo pra sair, tomar uma cerveja junto com a turma “pra frentex”, cuja média de idade está em 65 anos e voltar para nossa cadeira. A segunda parte vai começar e é onde a coisa realmente pega: Pet Sounds vai ser tocado de cabo a rabo.
Haja coração!
A viagem começa e se o show já estava legal (tirando o maleta Chaplin), ele ganha doses extras de magia e status de sobrenatural, Pet Sounds vai sendo executado com perfeição e em todos os seus detalhes e sutilezas. Pontos altos ficam para I Know There´s An Answer, I Just Wasn’t Made For These Times (aqui o Brian canta com sentimento a flor da pele) e God Only Knows (com toda a dificuldade, Brian leva inteira). Difícil é voltar ao mundo dos vivos depois disso!
Envolto de beleza sonora por todos os lados, fico impressionado como Brian está ausente e desconectado do que acontece em volta. Um exemplo é que no final de cada música, com o publico ainda aplaudindo calorosamente, ele já começa a anunciar a próxima sem esperar o silêncio da plateia.
Atravessou os aplausos!
Em algum canto de sua mente, ele sabe do poder que essas musicas exercem, então ainda deve ter alguma parte consciente nessas ações, mas a beleza da execução supera tudo, até a “quase” ausência do criador no palco.
Mais um pequeno intervalo e o bis vem com aquela que tava faltando: Good Vibrations e alguns sucessos mais “rockandroll”.
E o show termina com Brian inteiro no palco cantando Love & Mercy. Bonito, autobiográfico e com tintas de arrependimento, finalmente se vai e nós como expectadores/fãs só podemos agradecer.