Katy Perry, deixa de ser chata e volta pro Pop!
Publicado; 27/07/2016 Arquivado em: Música | Tags: Katy Perry, Madonna, Rio2016 Olympic games, Rise, Teenage Dream Deixe um comentário
Semana passada, na madrugada de 14 para 15 de julho, a cantora e compositora Katy Perry colocou no mundo sua nova música, Rise, tema da rede americana NBC para a cobertura dos jogos olímpicos que acontecerão no RJ.
Seguindo a linha do seu ultimo álbum lançado há três anos, o fraco Prism, Katy tenta ser algo que ela não é, mas que seu publico virou.
Chata! Chatissima!
Katy quer que sua música cresça, fique adulta e se comunique com seu público atual: gente meio adulta-meio criança cheia de marra, cheio de certezas e de boas intenções.
Ou membros de “minorias”, que no fim hoje formam a maioria de seu público: gays, gordinhas, sardentas, meninas que usam aparelhos, pessoas que passaram por algum trauma ou pseudo trauma, doentes terminais, adolescentes de 25 anos e até brancos católicos.
No fim, ela quer se comunicar com todo o mundo, (cantora pop faz isso, certo?). Pura matemática.
Nada de mal e absolutamente nada de imoral ou errado nisso, ok? É só uma constatação.
Pura tática milimetricamente planejada pelo seu time para incluir todo mundo e fazer com que fã/seguidor se sinta especial e único, com uma mensagem de auto-ajuda a gente chata que não vai ser nada além do que já é: um bando de zé ninguém como todos nós somos.
Deixando o público consumidor de lado, Katy vem tentado dar um passo maior que suas pernas, e como todas as cantoras brancas, negras, amarelas que fazem música pop atualmente, tenta seguir os passos da matriarca absoluta desse business.
Sim, é de Madonna que estou falando.
Tal qual Madonna, Katy tem tentado se adaptar ao mundo confuso de hoje (Madonna parece ter desistido/cansado), mas há uma diferença que sobrava em Madonna e falta em Katy que é o plano real, a carta na manga, o “Ás de Paus”.
Madonna já tinha o seu desde o começo: sexo, libertinagem/liberdade, inclusão radical de uma turma de excluídos (gays, trans e etc.) nessa dança e um belo peteleco no caretismo do mundo de outrora.
Madonna executou o plano com estilo e coragem: com o fantástico e bem sucedido álbum Like a Prayer (1989), nos singles de Vogue e Justify My Love (1990) (dois clássicos absolutos) e fechando com o escancarado e primoroso Erótica (1992), ela parece ter botado no mundo o que tinha em mente desde o inicio e o que veio depois disso foi só gozo.
Até chegar lá, Madonna fez discos pop competentíssimos e amadureceu a arte da provocação com precaução, esperando o momento da dar o bote.
Katy é esperta, mas tá tentando amadurecer antes do seu tempo e pior, sem o estofo pra isso, e nesse mundo ultra ansioso, qualquer queimada de etapas numa carreira tão calculadinha e bem feita como tem sido a dela, pode ser ruim no futuro.
Perto das Beyonces, Rihannas e Lady Gagas da vida, ela está muito na frente por que justamente foi a única de todas elas a fazer dois discos pop sensacionais que são a cara e o cerne dessa geração: One Of The Boys, de 2008 e principalmente Teenage Dream, de 2010, pra mim, um dos melhores discos dos anos 10 e álbum com pelo menos 3 ou 4 músicas que caberiam facil num album pop de um Blondie, só pra citar uma referência “vaca sagrada”.
Depois disso ela resolveu virar adulta chata e cantar hinos de superação perfeitos para aberturas de Apple Stores, lojas de sapatos com trufas e claro, abertura de eventos esportivos de massa e chatos.
O mundo pop é uma disputa perversa e injusta, Katy parece ser realmente do bem, mas precisa voltar a ser mais “sapeca” e “malandrinha” pra não ficar pra tras já que ela é a moça certinha que só sabe das sacanagenzinhas mas faz suas orações antes de subir ao palco e dormir.
E não, ela não tem o estofo da Madonna e nem parece ter um plano tão bom assim, mas musica pop é feito por e consumido por jovens, ela já tá virando veterana então é bom arrumar um bom plano agora para não ser esquecida ano que vem.