Kid Vinil – e uma homenagem a todos que me ensinaram bons sons.
Publicado; 23/05/2017 | Autor: jpbueno | Arquivado em: Música | Tags: 97 Fm Santo André, Ana Maria Bahiana, Andre Barcinski, Camilo Rocha, Fabio Massari, Jose Roberto Mahr, Jota Erre, Kid Vinil, Marcel Plasse, Marcelo Nova, Mauricio Valladares, Ronca Ronca |Deixe um comentárioO que dizer mais sobre Kid Vinil além de um muito obrigado?
Tem sido bonito a enxurrada de textos carinhosos sobre ele, vindos de outras pessoas que também são “gurus” ou eram “gurus” nesse caminho sinuoso e delicioso dos bons sons.
Olhando em retrospecto a carreira desse cara, dá pra resumir tudo em amor puro a música e ao disco.
Kid passou por todas as áreas que estão ligadas a indústria da música: fã, artista, colunista, office boy de gravadora, diretor artístico, dj, disc jóquei de radio, programador de radio, apresentador de programa musical em TV, VJ, jurado de calouros, o escambau.
Entusiasta dos bons sons, falava com brilho nos olhos tanto do Kid Abelha quanto do Kaiser Chiefs, tocava tecnopop e punk na mesma sequencia.
Isso revelou sua extrema tolerância para com todo o tipo de som.
Tive uma breve conversa com ele há alguns anos e tivemos a oportunidade de fazer o lançamento de sua autobiografia na Livraria Cultura, onde trabalhei (gostaria de ter falado mais com ele, mas nesse mesmo dia e no mesmo local o senhor Gene Simmons estava também autografando seu livro).
Aproveito o momento para prestar meus respeitos a outros monstros que me ensinaram os caminhos dos bons son e a quem serei eternamente grato.
Marcel Plasse – jornalista que escreveu durante muito tempo na Folha e que ajudou a divulgar em especial a barulheira indie britânica.
José Roberto Mahr – dj e jornalista carioca, durante muitos anos apresentou o programa de rádio Novas Tendências (não perdia um).
Fabio Massari – Jornalista, Vj e diretor artístico de radio, ao lado de Kid, talvez a maior influencia de conhecimento dessa geração. Parece que nada escapa a seu conhecimento, não a toa, tinha o apelido de “Reverendo”.
Ana Maria Bahiana – difícil dizer se ela manja mais de música ou de cinema, mas é craque nas duas posições e ainda hoje mantem um blog dos bons. Me ensinou a querer ouvir música brasileira quando eu não tinha a menor intenção de faze-lo.
Camilo Rocha – dj e jornalista, talvez o mais preparado de todos pra escrever sobre música pop. Nenhum foi tão melhor que ele, mesmo não concordando com algumas de suas resenhas. Me ensinou o caminho das pedras na música eletrônica.
Programa Garagem – programa que existiu entre final dos anos 90 pra 2000, não perdoavam as vacas sagradas da MPB usando a implacável Ana Maria Broca pra detonar alguns Cds em loco e tocavam alguns dos sons mais importantes que ouvi naquela época. Seus apresentadores e jornalistas André Barcinski, Paulo Cesar Martin e Alvaro Pereira Jr fizeram história, seja em suas carreiras individuais, seja no programa.
Edson Sant’Anna Jr. – Locutor fundamental para quem curte rock and roll e tem mais de 30 anos, fundou e era o principal nome da “extinta” 97 Fm, estação de rádio de Santo André que tocava modernidades, rock, metal e Vangelis na mesma sequencia. Graças a seu legado, me ensinou a ouvir de tudo sem preconceitos musicais.
Marcelo Nova – além de liderar o Camisa de Venus e ajudar Raul Seixas a dar seu ultimo suspiro criativo, Marcelo, por um breve instante apresentou o programa Let’s Rock, na Transamérica FM e eu batia cartão todo o domingo no dial 100,1 pra conferir o que ele e Aiatolico iam mandar musicalmente e “verbalmente”. Algumas das melhores e mais ferinas perolas sobre lançamentos “indie” ou quase, vieram dele.
Mauricio Valladares e o Ronca Ronca: sem sombra de duvida, hoje em dia, Mauricio faz um papel parecido com o de Kid lá atras. Seu Ronquinha apresenta um mundo incrível de bons sons toda a semana há mais de 20 anos. Infelizmente pouca gente acompanha, mas quem o faz, agradece toda semana pelas espetaculares horas de bom humor, bom papo e bons sons.
Em breve, escrevo sobre meus heróis gringos, D.E.P Kid.