Discos de 1998 que não Envelhecem.
Publicado; 05/06/2018 Arquivado em: Música | Tags: 1998 year in music, Beastie Boys, Bob Dylan, Elliott Smith, Hole, Massive Attack, Mercury Rev, Ok Computer, PJ Harvey, Pulp, Quasi, Radiohead, The Delgados, The Ghastly Ones Deixe um comentárioUm grande amigo, Igor Oliveira, tem com outros chapas um programa no YouTube chamado Feio Forte & Formal Show em que 4 rapazes barbados já vividos comentam sobre diversos assuntos ligados a música, cinema, cultura pop e etc. O link está aqui:
https://www.youtube.com/channel/
Apesar do programa ser muito longo (quase duas horas), os rapazes esbanjam conhecimento e bom humor pra tratar desses assuntos.
Bem, nesse ultimo episódio exibido ontem, eles trataram de álbuns importantes lançados em 1998, e suas ligações afetivas com eles e a primeira coisa que salta aos olhos ou aos ouvidos é: que período fantástico para quem era fã de disco!
Algumas bandas estavam no seu auge criativo e lançaram álbuns espetaculares: Beastie Boys com Hello Nasty, Smashing Pumpkins com Adore, Jon Spencer Blues Explosion com Acme e Afghan Whigs com 1965, outras estreavam quebrando a banca, como o Air e seu Moon Safari e Lauryn Hill com seu multiplatinado The Miseducation of.., e outras mais veteranas lançavam bons discos como Rocket From The Crypt, Fugazi e Orbital. Todos esses ficaram de fora da listinha dos meus melhores de 1998… vai vendo.
Num mundo pós-Ok Computer, ficou difícil agradar a mídia especializada. Tudo tinha que ser muito elaborado, diferente e fora do comum. Apenas fazer boas canções já não bastava mais, assim muita coisa boa passou batida pelas “listas”, mas não saiu dos corações de seus fãs truzeras!
Lembro que foi um ano que acompanhei de ponta a ponta, consumindo muito os discos dessa época quase semana a semana. Sim, foi uma bom momento para ser Nerd musical, realmente os lançamentos valiam a pena.
Inspirado por esse programa dos amigos barbudos, resolvi listar meio sem ordem de preferencia, quais são os meus favoritos daquele grande ano:
Bob Dylan – Live 1966 At Royal Albert Hall: Mesmo não sendo um álbum feito em 1998, ele só viu a luz do dia em 1998. Causou comoção, principalmente por ser um documento importante de um período explosivo do senhor Zimmerman. O artista fazia a transição entre o folk e rock e desagradou muitos fãs puristas (no video acima dá pra ouvir o bate-papo de Dylan com um ex-fã). O momento do embate de Dylan com a plateia é absolutamente memorável e algumas das mais explosivas versões do repertório dylanesco estão nesse play.
Delgados – Peloton: A Escócia teve um período de ouro nesse ano com artistas importantes e uma bela “cena” dentro do mundo indie: Belle & Sebastian, Mogwai, Arab Strap, dentre outros. De uma ótima banda de guitar rock, o Delgados virou uma grande viagem psicodélica com nuances de rock, e excelentes composições. Uma das minhas favoritas desse período.
Mercury Rev – Deserter’s Song: Acabou virando o “sucessor” do Ok Computer no coração do jornalismo indie mundial. Banda americana muito foda, que começou barulhenta, violenta e intensa que passou pelo raio “progressivo-radiohead” e manteve uma intensidade junto a um lirismo e tons viajantes que caiu como uma luva no período. Ganhou como disco de ano em diversas publicações, hoje ficou meio datado, mas continua muito bom.
Massive Attack – Mezzannine: Talvez o melhor e mais completo resumo do ano. O Massive Attack em seu supra sumo. Saindo do seu “padrão” trip hop, o trio de Bristol incorporou no seu som, tons de gótico, o grave do Dub eletrônico, nuances de “perfect Pop”, orquestras bizarras setentistas e criou uma nuvem sonora imbatível. Ainda hoje, é um disco assustadoramente lindo.
Pulp – This is Hardcore: O disco flopou na época. A expectativa em torno de Jarvis Cocker e sua trupe era muito grande, Different Class, seu álbum anterior de 1995 foi um dos mais importantes registros sonoros da decada e supera-lo não seria uma tarefa fácil. This Is Hardcore é mais completo e até mais bonito que Different Class em grande parte do álbum. A linha do álbum é uma espécie de cabaré indie, tipo Morris Albert com David Bowie, canções dramáticas e algumas das letras mais inacreditáveis dessa década.
Hole – Celebrity Skin: O álbum foi muito bem de público e passou sem cicatrizes da feroz critica musical patrulheira da época. Hoje, Celebrity soa muito melhor que na época. Disco simples de rock com excelentes canções, muito bem estruturadas e feito para tocar para grandes plateias. Courtney definitivamente não vivia na sombra do ex-marido falecido, tinha personalidade e entregava uma interpretação esforçada e muito convincente, de quebra, tem algumas das canções mais sorridentes e deliciosas daquele ano como Heaven Tonight e Malibu.
Elliott Smith – XO: Mais um pra lista de artistas que “Deveriam ter sido muito maiores do que foram”. Brilhante compositor, excelente interprete de suas musicas, baita violinista. Tudo certo! Tinha feito dois álbuns incríveis e estreava por uma Major. Produção esmerada, canções suaves, bonitas e vários hits potenciais. Elliott fazia ombro com outros bardos do passado como Nick Drake e Tim Buckley, sem o niilismo do primeiro e sem o gogó do segundo, Elliott estava no meio do caminho. E por lá ficou. Na época o disco não foi tão bem recebido, mas ganhou reconhecimento tardio.
The Ghastly Ones – A-Haunting We Will Go-Go: Esse deve ter sido um disco que só eu e mais uma meia dúzia de malucos ouviram na época. Mistura de surf music com temas de filmes B de terror. Hoje o disco é uma raridade, com tendências a virar um “semi-cult” dentro em breve.
Pj Harvey – Is This Desire?: O disco é ótimo, continua sendo ainda hoje, mas na época não sei o que a tal “mídia” queria que ela fosse, pois o álbum passou despercebido por todos. Grande injustiça, esse play estabeleceu a PJ como a artista de rock mais “adulta” da década. O salto de maturidade musical foi enorme e abriu caminho para que ela produzisse duas obras-primas de sua carreira na sequencia: Stories From The City, Stories From The Sea (2000) e Uh Huh Her (2004).
Quasi – Featuring “Birds”: Bandinha de festinha. Dupla formada por dois músicos de Portland, dentre eles Janet Weiss, batera do Sleater-Kinney. Canções incríveis, very “indie rock” antes do gênero virar um bumba meu boi. Guitarras ardidas, fofura suficiente pra não estragar o som e agradar aos boys e as girls do rock.
O Rock morreu em 1997, e a Culpa não é só do Ok Computer, mas é também.
Publicado; 19/09/2017 Arquivado em: Música | Tags: 1997 year in music, flaming lips, Mercury Rev, Ok Computer, Radiohead Deixe um comentário
Há vinte anos, algumas revoluções musicais comportamentais aconteceram mundo afora e muitas delas não foram sentidas na época, mas depois e definitivamente, ainda hoje.
Especificamente em 1997, muita coisa aconteceu (Techno tomando de assalto a música pop, quebra de barreiras de rock/indie/eletrônico/rap, já escrevi por aqui), mas algo inesperado aconteceu.
Esse algo foi Ok Computer, o terceiro álbum de estúdio da banda inglesa Radiohead (muito se tem falado sobre sua importância, relevância e é tido como um clássico ou o último clássico da historia do Rock).
O inesperado da coisa foi a abordagem de rock que a banda imprimiu com esse trabalho.
Deixou de ser uma ótima banda de guitar pop querida pelo público britânico e americano e com certo respeito por parte da critica especializada e passou a ser uma gigante banda de rock, amada e idolatrada por publico e critica.
Feito raro!
O Radiohead com Ok Computer virou o Pink Floyd dessa geração, ou algo muito parecido com o Pink Floyd.
Competência musical acima da média, meses de dedicação exclusiva a gravação e produção do álbum, produtor acima da média na mesa de som (Nigel Godrich), resultou num grande abacaxi paradoxal que não dividiu opiniões de ninguém na época (não houve um “eu amo” ou um “eu odeio”, só se ouviu “Eu Amo”) em relação ao álbum.
Unanimidade total!
Letras que beiram o nonsense, ou com mensagens ocultas e nas “entrelinhas” explorando a solidão, a angústia de um século em transformação rápida e uma busca por alienação e entendimento do que viria a acontecer no mundo logo em seguida.
Com esse álbum e a reação mundial em relação a ele, muito do que eu gosto no rock e no indie rock ficou simplesmente ultrapassado, velho e simplório.
O Radiohead e Ok Computer passaram como um caminhão de competência técnica e inventividade, fez com que elementos importantes como simplicidade, energia e urgência que faz qualquer rock ser bom de verdade simplesmente evaporar das pautas musicais e “quase” do planeta música.
Artistas novos se lançavam emulando o som do Radiohead, buscando novos truques e novos brinquedos para tentar atingir o nível de excelência de Ok Computer, até bandas contemporâneas ou um pouco anteriores fizeram álbuns de excelência musical inéditas em suas obras.
Deserter’s Song do Mercury Rev, The Soft Bulletin, do Flaming Lips e até mesmo Yankee Hotel Foxtrot, do Wilco, todos eles, sucessos de critica e publico em seus respectivos anos, devem muito ao Radiohead.
Parece que tudo que não tivesse essa grandiosidade tenderia a ficar irrelevante e desimportante, assim como numa ressaca sem fim, todo o mundo caiu de corpo e alma nesse “rococó” sem fim.
Foi um caminho sem volta.
No comecinho dos anos 2000 até houve um revival de rock que durou um pouquinho mas logo se evaporou também.
Se Nevermind, do Nirvana incendiou o mundo pop rock com guitarras, barulho, energia e violência, emergindo com um simples, direto e poderoso meio de usar guitarras e rock, Ok Computer teve efeito semelhante, só que ao contrário, quase como um grande extintor congelante, causou o mesmo barulho e a mesma perturbação na cabeça de músicos, entendidos e fãs.
Diante de tanta complexidade e elaboração, a única ação possível era um misto de paralização e admiração e a partir de 1997, todos os artistas “talentosos” ou com “alguma ambição” passariam a buscar esse alvo.
Ok Computer foi um dos discos que mais amei e ouvi na vida, comprei o Cd no lançamento, ouvi até furar, vendi meu exemplar há alguns meses atrás. Hoje não consigo mais dar conta, mas sei que é uma questão pessoal.
Todo mundo continua adorando e idolatrando o álbum, que tem seus méritos e inegável influência e importância, mas hoje eu o odeio justamente porque se passaram 20 anos e não apareceu ninguém para superar, estipular novos patamares ou simplesmente destruir esse legado e começar tudo de novo (hoje isso parece cada vez mais difícil, pra não afirmar que a chance de isso acontecer é perto de Zero).
Impossível imaginar um caminho diferente para o Rock, impossível pensar no mundo do “rock alternativo” sem o Radiohead.
Para o bem ou para o mal, o Radiohead esgotou as possibilidades existentes no rock em forma, conteúdo e “entrega” com Ok Computer e assim decretou seu categórico fim.
Até existem uma meia dúzia de gatos pingados por ai tentando, mas já era.
E o 1997 foi o meu 1967
Publicado; 12/09/2017 Arquivado em: Música | Tags: 1997 year in music, µ-ziq, Belle And Sebastian, Blur, Bob Dylan, Charlatans, David Bowie, Echo & The Bunnymen, Elliot Smith, Foo Fighters, magoo, Nick Cave & The Bad Seeds, nine inch nails, oasis, Ok Computer, Pavement, Photek, Primal Scream, Prodigy, Radiohead, Roni Size, sleater kinney, Spiritualized, Supergrass, Techno, The Chemical Brothers, Wu-Tang Clan, Yo La Tengo Deixe um comentário
Não lembro de muita coisa que eu fazia nessa época.
Mas de alguma coisa sim.
Estava trabalhando, tive apendicite no dia da colação de grau na faculdade e fui dançar na festa de formatura com um estêncil e sangrando que nem um porco.
No mais, só lembro de ter escutado a maior quantidade de discos incríveis que escutei na minha vida de jovem adulto fã de indie rock e praticamente toda a semana eu comprava Cds incríveis lançados naquele ano.
A efervescência estava no máximo!
Praticamente tudo era boa noticia no campo dos lançamentos em 1997!
Como eu transitava pelo indie rock, aquele ano foi apoteótico. Rupturas por todos os lados.
O Radiohead calava fundo o mundinho com seu lindo e festejado Ok Computer, o Oasis botava gente de madrugada na fila de loja de discos para comprar seu novo single e posteriormente pra comprar seu álbum Be Here Now (na época recebido friamente, ouvindo hoje, sobreviveu bem ao tempo, um disco que tem uma balada linda como Stand By Me não pode ser de todo o ruim, certo?).
O “Techno” avançava sobre nossas cabeças provocando discussões acaloradas sobre o futuro da música enquanto Chemical Brothers e Prodigy levavam seus beats a todos os cantos do mundão e tomavam de assalto a atenção de todos, no caso do segundo com direito a algumas polemicas no campo videoclipico como no emblemático e clássico da subversão Smack My Bitch Up.
O conglomerado Wu-Tang Clan apavorava em um segundo álbum mais festejado hoje do que na época e apontava uma direção do que viria a ser o Rap nos anos 2000.
Roni Size fez o disco do futuro que menos se lembra hoje em dia (drum and bass fazia parte do reino “Techno”), mas outros também embalaram de cabeça no d&b como Bowie e Nine Inch Nails. Mas nessa praia ainda sou fã do Photek:
Porém não posso negar que o NiN quase chegou la:
Mesmo no campo rock and roll, tudo ia bem obrigado: O Foo Fighters lançava seu melhor disco: The Colour And The Shape e o Blur surpreendia de novo e conquistava o resto do público que lhe faltava com seu album homônimo, com a ajuda da famosa “Song 2”.
Outros grupos incríveis como Superchunk, Geraldine Fibbers e Guided By Voices arrebentavam com ótimos plays e na area do violão com emoção Elliot Smith lançava o mágico Either/Or e um tal de Belle And Sebastian vinha com If You’re Feeling Sinister e um Ep com a melhor música daquele ano: Lazy Line Painter Jane.
No frigir dos ovos, alguns dos melhores discos daquele ano não tiveram a devida atenção, e outros dos meus favoritos sequer foram citados em alguma lista.
Num exercício de listas, faço um afetivo esforço pra empilhar os meus 10 favoritos desse ano intenso, e que não necessariamente apontaram o futuro, mas se tornaram eternos para mim. Deixei o Radiohead de fora de propósito, semana que vem escrevo sobre Ok Computer, o disco que mais amei e odiei na vida.
- Dig Your Own Hole – The Chemical Brothers
Esse segundo álbum da dupla britânica foi lançado com o jogo praticamente ganho, a torcida para que o disco fosse bom era tão grande que mesmo se fosse um meia boca já ia ser bom. Mas o álbum é espetacular, ultrapassou a fronteira do gênero techno, foi adiante (muito adiante). Agregando Hip Hop, eletrônico antigo, psicodelia e pop, as camadas de influencias desse play desafiaram o ouvinte a uma divertida aventura pelos bimps and bloims…
- In It For The Money – Supergrass
O Supergrass já era uma banda legal em 1995, fizeram um dos melhores shows de festival que eu vi em 1996 (segunda banda, do segundo dia de Hollywood Rock no Pacaembú em SP) e lançaram essa obra prima de rock e do pop britânico absolutamente 90s. Infelizmente, prestou-se pouca atenção a esse disco do trio de Oxford, o mundo e a “maldita” mídia queriam coisas mais complicadas, e In It era simples demais para eles. Hoje soa melhor que na época e se o mundo jovem ainda curtisse um rock, esse seria um ótimo disco pra se lembrar 20 anos depois.
- The Soateramic Sounds of Magoo – Magoo
Direto da Escócia, não só um dos meus favoritos do ano, mas favoritos da vida. Guitar band soturna, com algumas das minhas favoritas ever. Não saiu do gueto e tão pouco pegou lista em alguma publicação musical, mas aqui no coração desse jovem adulto indie rocker, bate e cala fundo ainda hoje.
- Ladies and Gentlemen… We’re Floating in Space – Spiritualized
Jason Pierce, o cabra por trás desse grupo produziu alguns dos maiores petardos sônicos dessa década, seja ao lado do Spacemen 3, seja com o Spiritualized. Nunca fez discos ruins, mesmo quando enveredaram para um perigoso caminho de progressivo/psicodelismo. Aqui, eles estão maravilhosamente equilibrados nessa beirada dúbia e esse álbum foi decisivo para a banda. Tão decisivo que dividiu a preferencia dos especialistas britânicos na época. Ou era Spiritualized ou Radiohead e ainda tinha o Verve de opção.
- Time Out Of Mind – Bob Dylan
De tão bonito, chegou a dar aperto no coração na época. Parecia disco do tipo “Canto do Cisne”, ultimo momento antes do fim. Felizmente ele continua vivo e lançando álbuns incríveis, e Time aparece não só nessa lista de 97, mas com certeza entre os melhores disco de Dylan desde sempre.
- Tellin’ Stories – Charlatans
O disco é não só incrível por sua qualidade musical, mas veio carregado de muita emoção por ser um álbum homenagem ao tecladista Rob Collins, que faleceu em um acidente de carro um ano antes. A banda juntou os cacos, exorcizou a tragédia e colocou no mundo esse belíssimo tributo, regado de referencias a Bob Dylan, Band e mesmo assim, não saudosista. Absolutamente 1997.
- Evergreen – Echo & The Bunnymen
A melhor volta de uma banda em disco. Escutei esse disco até furar. Presente, atual e eterno. Letras incríveis e extremo cuidado na produção fizeram desse álbum uma deliciosa e inesperada surpresa pra quem não esperava mais nada dos “Coelhinhos”. Pop britânico grandioso, ambicioso, a moda antiga (não tão antiga assim, by the way).
- I Can Hear The Heart Beating As One – Yo La Tengo
O Yo La Tengo já era uma banda incrível, mas aí eles cometem um disco como esse. Não dá pra não amar loucamente. Na medida certa entre o sensível, o rock, a vanguarda. Parece ter sido produzido sob a mesma poeira sônica edílica que um álbum do Velvet Underground. Sutileza, beleza, estranhezas… inesgotável qualidade de cabo a rabo.
- The Boatman’s Call – Nick Cave & The Bad Seeds
Disco da fossa de Nick Cave, quase um barroco contemporâneo. O álbum mais bonito da carreira da banda onde tudo é tocado com tranquilidade e beleza, sem barulho. Ouve-se os ecos das cordas reverberando no fundo do salão de gravações e parecem acrescentar texturas extras aos sulcos desse play. Execução impecável, instrumentação perfeita e um som quase sobrenatural que ouvimos silêncios, respiros, cadencia além das canções desse álbum. Triste e bonito como poucos.
- Vanishing Point – Primal Scream
De longe, deve ter sido o Cd que mais escutei naquele ano. Primal Scream estreando Mani (Ex-Stone Roses) no baixo. O que era bom, conseguiu ficar muito melhor. Vinhetas instrumentais matadoras, clima 70s, produção destruidora, flerte de psicodelia, rock, eletrônico, dub e uma cover de Motorhead… precisa de mais? Ignorado em quase todas as listas, Vanishing seguiu um ponto que o Primal iniciou em Screamadelica (1991) e culminaria na pancada Xterminator (2000).
Menções honrosas, só não entraram por que eram só 10:
Dig Me Out – Sleater-Kinney
Lunatic Harness – µ-Ziq
Brighteen The Corners – Pavement