Runnin’ Out Of Fools – Aretha Franklin (1964)

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Aretha deve ter sido a mulher que mais trabalhou nos anos 60.

Foram 18 LPS em menos de 10 anos.

Ai quando lembram dela só por causa de Respect dá vontade de dar na cara, né?

Muitos desses trabalhos foram esquecidos ou ignorados simplesmente porque o que aconteceu com sua carreira quando ela entrou pra Atlantic Records em 1967 e lançou I Never Loved a Man The Way I Love You colocou-a em um patamar que ninguém mais alcançaria e dai pra frente ia ser um disco mais espetacular que outro até pelo menos 1974.

Antes desses trabalhos mais conhecidos e autorais, Aretha era mais uma na multidão de grandes cantoras, ainda meio sem um direcionamento e indo para vários lados, mas ainda sem um repetório pra chamar de seu.

Runnin tem alguns sucessos populares como Walk On By, de Burt Bacharach e The Shoop Shoop Song, além de My Guy. Todas elas já haviam sido cantadas por outras cantoras em gravações muito melhores.

Dá pra ouvir aquele rasgo de voz que faria dela única, mas o repetório desse álbum não é o melhor escolhido para ela.

Tudo é muito comum e tocado lindamente, mas de maneira muito careta. Tão careta que tem momentos em que ela parece fazer no controle remoto, sem se dar muito ao trabalho de se empenhar mais.

Mas dentro de um repertório mais convencional, há duas pérolas incríveis: Mockingbird, que abre o disco e lá pro 1h30 mais ou menos ela dá uma pisada no acelerador que só uma gênio poderia fazer, e o que seria mais uma canção simples de soul vira outra coisa e ainda sendo na essência uma soul pop track correta.

E a outra pepita tá lá no fim do disco com Two Sides Of Love, dona de um arranjo diferente e melancólico o suficiente pra sair comum do resto do disco, Two Sides tem na bateria quebrada e em cadencias distintas o suprassumo do que se podia fazer em uma canção romântica e triste, dando uma assinatura soberba e incomum.

E o que dizer do piano?

Ai temos uma Aretha mais solta e dando aquilo que todo mundo sabe que ela tem.

Vai ser boa assim lá longe!

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Star Collection – Aretha Franklin (1977)

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Star Collection é uma coletânea dupla não muito bem rankeada no Allmusic (só tem 3 estrelas) e que se acha com certa facilidade e a bons preços pelos sebos e feiras de discos pela cidade e pelo pais.

Isso quer dizer duas coisas:

  1. Se você não tem nada de Aretha na sua casa, compre essa coletânea;
  2. Se você não tem nada de Aretha na sua casa, você é um imbecil e siga as instruções da letra A.

Abaixo listo o que basicamente eu acho de Aretha Franklin e do repertório contido nessa coletânea e em basicamente uns 10 discos dela:

Foda, incrível, maravilhosa, a diva das divas, imortal, insuperável, inalcançável, estrela máxima da canção popular norte-americana, melhor representação artística pra representar o Planeta Terra numa disputa de talentos entre os planetas.

Tem mais alguns adjetivos e elogios:

A maior cantora de todos os tempos, a voz mais importante em língua anglo-saxã, standard absoluto no quesito cantora, professora de uma escola que todo o mundo imita mas ninguém chega perto, sensível, ouvido absoluto, capaz de atingir graus de sutileza e fúria como poucas, canta a dor de corno melhor que ninguém, brada pelo seu respeito usando uma música composta por um homem com se fosse rigorosamente sua, e etc.

Tem mais uma leva de elogios curtos agora:

Espetacular, emocionante, quente, poderosa, única e se existe no mundo Aretha Franklin e ela canta gospel, eu rezo e acredito no Deus que for.

Acho que é basicamente isso, se eu esqueci um ou outro elogio eu uso pro próximo disco dela.