Meu secreto amor pelo “Popero” em 13 músicas

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Quem tem 40 anos (um pouco mais ou um pouco menos), e não ouviu “poperô” na vida, não viveu.

Num momento ali por volta de 88 a 89, a moda eram as matines da Up & Down (ali na Pamplona), na Hipodromus (em S.Caetano do Sul) ou na Toco (Tatuapé) e a música que majoritariamente tocava nessas casas e nas rádios pop era a “Dance Music” ou genialmente alcunhada de “poperô”, uma trombada entre a Disco com o som eletrônico inventado em Detroit, essa tal de House Music.

Muito antes do negócio virar Techno e muito antes de virar essa chatice sem fim, chamada EDM, a “dance music” era e sempre será música de discoteca, pra dançar, pra se ouvir em conjunto, com pouca luz, com uma bebidinha numa das mãos e um xaveco furado na ponta da língua.

A minha relação com a Dance Music desse período é o que posso chamar de um amor que durante muito tempo rechacei, mas que assumi há alguns anos, quando joguei os últimos pudores na lata de lixo.

Chego quase a afirmar que esse movimento de artistas, produtores, djs e cantores foi a ultima herança do movimento punk dos anos 70, em que o DiY foi levado ao topo fazendo com que um exercito de anônimos ou soldados das sombras dos bons sons conseguissem tocar e ser reconhecidos por grandes públicos em qualquer parte do mundo.

Se eu for cavucar de verdade, descubro que rapidinho a lista pode chegar em umas 50 músicas, mas restringi a 13 em homenagem ao velho Mario Lobo…

  1. Black Box – Ride on Time (1989)

Essa é daquelas faixas emblemáticas desse período que ajudariam a definir um certo tipo de padrão para o que viria a ser feito nos anos seguintes. Piano honk tonk, referencias a Donna Summer logo na introdução, algo um pouco mais orgânico, bem a moda da House italiana (os produtores são italianos e a cantora é inglesa) e uma diva arrebentando nos vocais. Ride On Time foi um acerto na mosca, pra cima, salto-plataforma-na-porta que esse time junto não conseguiu mais reproduzir no restante de sua curta carreira. Na mesma velocidade que veio, sumiu.

  1. Rhythm Device – Acid House (1990)

Eu sei, é um negocio mais pesado, que tá mais pra industrial, mas nessa febre por novas faixas dançantes, alguém dormia no ponto e músicas assim acabavam chegando em terras brasileiras. Foi o caso do Rhythm Device, que estava numa coletânea feita para os Djs de rádio e de clubes. Com uma batida mais pesada, sintetizadores sujos, barulhos estranhos e vocais imperativos e falados fazem dessa faixa, um emblema característico da música eletrônica produzida na Bélgica. Sim, da terra do Tin Tin, muitos artistas de industrial e eletrônico pesados formataram uma cena muito particular e artistas como Front 242 e A;Grumph dentre outros nasceram nesse panelão. Detalhe importante para o clipe que é uma espécie de tutorial de como dançar o Acid Rock. Brilhante.

  1. HitHouse – Jack The Sound Of The Underground (1989)

O produtor e dj holandês Peter Slaghuis, que assinou seus discos de Dance como HitHouse fez um baita sucesso em 1989 com Jack The Sound of The Underground e Move Your Feet… Bem europeu, pesado, bem marcado, mas com variações interessantes, era ótima pra fazer os passinhos para o lado e o cabelinho tigela com mullet do figura é incomparável. Comercial a beça, era o som de “playba” da época. Tentando achar informações sobre o que ele anda fazendo, descobri que ele morreu em um acidente de carro em 1991 tal qual um Ritchie Valens do House.

  1. Snap – The Power (1990)

Direto de Frankfurt, dois produtores chamados Michael Munzing e Luca Anzilotti fizeram história com essa frenética e profética fusão de vocais de Rap, com vocal de diva, batida pesada, guitarras sampleadas, synths pesados e espaços para um refrão solto e a palavra de ordem “I Got The Power”. Foi sucesso instantâneo que conquistou o mundo inteiro e foi das primeiras vezes que me apaixonei por um som não rock and roll logo de cara. Ainda hoje é uma baita música.

  1. Edelweiss – Bring Me Edelweiss (1988)

Não consigo explicar porque eu gosto tanto dessa musica. Gosto a ponto de ter o compacto aqui em casa, achei recentemente numa feira de Vinis, quase chorei! Nunca imaginei que fosse achar um desses por aqui. A música não vale um dólar furado, esse single foi projeto de 3 produtores austríacos que mixaram uma canção folclórica de sua terra natal com uma batida vagabunda, e um vocal chupinhado de S.O.S. do ABBA (outra das minhas músicas favoritas de todo o sempre). Fez sucesso por países europeus, mas duvido que algum Dj hoje em dia tenha coragem de tocar esse som. Dane-se, eu gosto.

  1. Inner City – Good Life (1988)

Esse é sério, afinal quem tava como “boss” nesse grupo era ninguém menos que Kevin Saunderson, um dos pais do House de Detroit. Isso quer dizer que é poperô, mas com um chantilly a mais. Clássico absoluto, eterno e que ainda hoje soa bom, mesmo com a quantidade assombrosa de equipamentos, mesas e aplicativos capazes de transformar qualquer Zé Mané em super produtor. Good Life tocou em rádios pop por aqui e era assombroso a diferença de texturas dela para as demais.

  1. The Timelords – Doctorin The Tardis (1988)

Bill Drummond e Jimmy Caunty foram dois dos mais geniais e anárquicos artistas que surgiram nesse mundo de meu Deus. Sempre inventaram projetos que de maneira bizarra, acabavam alcançando uma massa maior do que esperada. Exemplos foram esse projeto Timelords e poucos anos depois com o KLF (prediletos aqui em casa também), mas mantinham essa aura imaculada de independência amalucada de quem nunca se satisfez em chegar lá! Signifique o que significar. Esse projeto e essa música é coisa de gênio, eles juntaram numa mesma faixa o tema do cultuado seriado Doctor Who com dois glam rocks dos anos 70, Rock And Roll (Part Two) do Gary Glitter e Blockbuster do Sweat. Isso tudo dá a esse som algo muito diferente e eu adorava dançar essa música e ouvi-la no rádio, parecia que não se encaixava no todo e isso me interessava.

  1. Yazz – The Only Way is Up (1988)

Foge um pouco do enredo poperô, mas na época tudo era poperô, inclusive o pop eletrônico da cantora inglesa Yazz. Eu sempre gostei muito dessa música, foi um hit no mundo inteiro e a música é uma delicia. Pop ganchudo, muito bem cantado, afinal a menina não era tão verde assim, já tava nesse role fazia um tempo e chegou lá pelo menos uma vez. O disco que tem essa faixa se chama Wanted e ganhou certificado de credibilidade aqui em casa quando eu descobri que o John Peel tinha uma cópia e que também gostava dela.

  1. C+C Music Factory – Here We Go Let’s Rock & Roll (1990)

Sensacional! Essa faixa tem tudo que um hit precisa e ela é ótima porque tem também um monte de coisas que até então não se sabiam que se precisava. Por exemplo, uma suave e sutil homenagem a Chic, vocais de rap a la Ice T, guitarras espertas cruzando pela faixa enquanto ela vai mantendo aquele clima pra cima, poderoso e infalível. Já nasceu clássico, clássico se manterá por todo o sempre.

  1. Kon Kan – I Beg Your Pardon (1989)

Esse eu comprei quando saiu. Era uma diversão secreta botar esse play pra tocar e dançar, quando eu gostava de dançar. As referencias musicais do produtor canadense Barry Harris eram sofisticadas e espertas. I Beg Your Pardon tem trechos de Lynn Anderson, Silver Connection e o tema de propaganda do cigarro Marlboro (dentre outras coisas). Tudo isso embalado numa melodia simples, cantada com pouco empenho e mesmo assim tocava um monte nas matines por aqui. Não é considerado um clássico ai fora, mas é uma das melhores lembranças que tenho da minha adolescência.

  1. S-Express – Theme From S’Express (1989)

Mais outra predileta de todo o sempre. Theme from S’Express é uma das músicas mais “levanta defunto” que conheço, obra-prima de colagens e montagem a cargo do produtor britânico Mark Moore que rendeu o que considero o clássico definitivo do Acid House britânico. Bom de pista, bom de disco, bom em tudo.

  1. Bomb The Bass – Beat Dis (1988)

Pra entender um pouco o significado dessa faixa na minha vida, posso dizer o seguinte. A primeira vez que escutei Beat Dis foi na antiga 97 FM, quando esta ainda era sediada em Santo André, ainda tinha a alcunha de maldita e ainda tinha no seu DNA a maluca proposta de tocar os sons mais interessantes do planeta, isso significava que era possível se ouvir numa mesma sequencia um bootleg do Metallica, o Jean Michel Jarre, a nova do Prong e Bomb The Bass. Para quem estava se interessando por som como era meu caso, foram alguns anos de aprendizado importante e muitas fitas K7 pra repassar as lições. Pouco tempo depois, Tim Simenon, o dj e dono do BTB era capa da então maior revista de música do pais, a Bizz e essa faixa era agora usada para abrir o programa de Clipes da Tv Gazeta “Clip Trip”, de Beto Rivera. É muita lembrança e tempo de descobertas juntas e ainda por cima a faixa é ótima. Tem peso, tem balanço, tem malicia e é muito esperta.

  1. Technotronic – Pump Up The Jam (1989)

Essa é a música que inventou o termo Poperô no Brasil. Mais óbvio impossível. Seca, misteriosa e com um riff poderoso e marcante, esse é um belo tapa na cara de quem acha Dance Music uma coisa americanizada. No Technotronic, o dj e produtor era belga, (Jo Bogaert) e a cantora Ya Kid K nasceu no Zaire. Mais universal e globalizado impossível. Ainda hoje eu fico impressionado com esse disco e com essa faixa, parece um prazer proibido escancaradamente aberto ao gosto publico, parece um segredo de amigos que mais gente ficou sabendo. Me causou o mesmo impacto de quando ouvi Suck You Dry do Mudhoney no rádio pela primeira vez ou Smells Like Teen Spirit do Nirvana ou Just Like Honey do Jesus & Mary Chain. Na minha memória afetiva, o Technotronic vem na frente deles pois veio antes, antes de me descobrir roqueiro de verdade, eu descobri que gostava de coisas fora do lugar, e o impacto deles em mim foi tão grande que acho que só me dei conta muitos anos depois. Antes tarde, do que muito tarde. So… pump up the jam, pump it up…

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10 Discos Sensacionais de Bandas Porcarias.

Resolvi pensar positivo.

Achar o bom no péssimo, mesmo que pra isso eu tivesse que atravessar um deserto de desolação e fazer com que meus ouvidos acostumados a ser mal-tratados todos os dias a passar por verdadeiras sabatinas sônicas pra evidenciar as qualidades onde aparentemente não havia nada além de porcaria.

A maioria desses artista abaixo listados tem um séquito barulhento e por vezes fanático de fãs, atraem grandes públicos para seus shows, vendem ou venderam bem, quando esse negócio de música ainda dava dinheiro e sou certamente sou voz minoritária em praticamente quando afirmo que são umas porcarias.

Nessa lista não vai ter discos do Dire Straits, do Jethro Tull ou do Toto porque nao achei nenhum disco decente deles que eu realmente gostasse.

Não vai ter também No Doubt, Nickelback ou Maroon 5 porque nem disco eles fizeram direito.

Causando polêmica em um toque de 5, 4, 3, 2, 1:

  1. The Offspring – Smash (1994)

Acho que é meio consenso até pra quem não gosta da banda, que Smash é um baita disco. Lembro que quando ouvia Self Esteem ou Come Out And Play no rádio e na extinta MTV e achava bom demais pra estar tocando ali naqueles veículos. Definitivamente eram outros tempos. O que não é muito consenso é que esse é o único disco que prestou na carreira da banda neo-punk-de-mentira. O disco teve hits muito legais e que ainda hoje não causam vergonha nem envelheceram mal. Vergonha foi tentar acompanhar essa banda virando um troço horroroso ao longo dos anos, chegando ao cumulo de em 2012, com o lançamento de Days Go By, os fãs da banda pediram para que eles parassem de lançar discos. Mas Smash ficou.

  1. Pearl Jam – No Code (1996)

Eu tentei gostar de Pearl Jam e por um breve espaço de tempo, eu até que consegui. Foi justamente ali pelo meio dos anos 90, quando a banda tava meio perdida, brigando com a Ticketmaster, e o Eddie Vedder querendo mandar mais que todo os outros caras da banda juntos. Um dos guitarristas tava com uns problemas de “dorgas e biritas” e banda lançava um disco cheio de “9 horas”, com encarte que abria de ponta cabeça, umas fichinhas e nenhum hit radiofônico. A banda tentava fugir do som comercial que eles mesmos inventaram no seu insuperável monumento a farofice Ten, e que ao longo dos anos seguintes a banda foi tentando ficar legal (as vezes deu certo) e em No Code eles se jogaram numa arriscada aventura de emular um folk rock setentista a la Neil Young. Conseguiram me fazer gostar um tiquinho deles pela coragem e pelas canções lindas desse disco. No Code é um intervalo bonito de uma banda bem caretinha e chatinha.

  1. U2 – Zooropa (1993)

Polêmica em dobro, pois além de colocar o U2 como uma porcaria é afirmar que o disco mais estranho e menos lembrado pelos fãs seja a única coisa que preste. Aí vai ter o cara que, com sua razão de fã vai defender os irlandeses colocando álbuns como Achtung Baby (1991), The Joshua Tree (1987) e até mesmo War (1983) como discos ótimos. Eu retruco fazendo um convite a que esse mesmo Cabrobó re-escute esses álbuns hoje e tente encontrar mais de 50% de musicas boas tentando esquecer as milhões de execuções de With Or Without You ou New Years Day, entre outros hits de rádio. Foi o que eu fiz para chegar a essa conclusão e ai bastou juntar minha ojeriza natural pelo Bono e pronto. Eu sempre achei o U2 uma banda maleta que sempre manipulou muito bem sua audiência e seu público pra onde eles quiseram. Deixando a banda de lado, vamos ao disco. Zooropa foi o único momento em que eles ultrapassaram o mundo, inclusive a si mesmos e realmente foi um divisor de aguas na música dos anos 90. Muito do indie que se ouviu depois de 1993, tem muito a agradecer a esse disco. O que dizer de um renascido Johnny Cash cantando a melhor música da carreira do U2 em The Wanderer? E a melhor canção fim de tempos e fim de festa que é Lemon, e por ai vai. Zooropa é um White Album com excessos bem delimitados.

  1. Tom Waits – Small Changes (1976)

Sim, eu acho Tom Waits um saco. Como todo o mundo que se julga esperto e interessado em música, acompanhei o tio Tom em quase tudo o que ele fez e faz ainda. E confesso, nada que ele fez me causou a mais remota comoção. Sei que ele é bem quisto entre os colegas musicais, todo o mundo paga pau pra seu modos operandi, mas nunca cai de amores por ele. Na real, real, acho um bocado mala e se pegar um disco que eles fez em 2010 e comparar com outro feito em 1987 é praticamente a mesma coisa. Alias, tudo parece a mesma música desde 1978. Small Changes é, curiosamente, o único que tem realmente algumas “pequenas mudanças” e é a única obra do compositor-genioqueasminaeoscarabacanacurtem que ainda consigo escutar e achar alguma coisa que não me enjoe. The Piano Has Been Drinking é sensacional e na minha modesta opinião, a melhor coisa que ele compôs.

  1. The White Stripes – White Bloody Cells (2001)

Mais um pra causar polemica não barata, afinal levanta a voz pra dizer que o Jack White é um fresco e o WS é a banda mais fresca da paróquia? Pois é o que eu acho. Superestimado é pouco pra definir a estranha relação quase idolátrica da palutéria e da classe entendida em som frente a formação chucra, mal tocada (no mal sentido) e tosca que o então casal White produziram. Justiça seja feita, acho que em cada disco tem pelo menos uma música que passa, mas chamar a banda ou os discos de clássico é meio apelação e desespero. White Bloody Cells ainda é o único que passa pelo crivo aqui de casa e de vez em nunca roda no toca cd.

  1. Frank Zappa & The Mothers of Invention – Live At Filmore East (1971)

Quer outra coisa insuportável é Frank Zappa. Nunca entendi, nunca gostei, sempre achei seus discos umas porcarias, com uns arranjos complicados mas com uns timbres muito furrecas e um som pior que a Lira Paulistana. Mesmo na fase inicial, que todo o mundo que curte som costuma pirar, eu não me encantei. Fazer esforço pra entender algumas bandas, artistas ou propostas musicais é um grande desafio que em muitos casos é recompensador, mas em alguns é só perda de tempo. Zappa é desse segundo time. Coloquei esse disco pois realmente é o único que consegui ouvir mais de duas vezes na vida.

  1. Fugazi – 13 Songs (1989)

Outra banda superestimada. Toda a vez que penso no Fugazi sinto uma leve pontadinha de culpa de ter deixado passar alguma coisa na minha mocidade e não ter me apaixonado pela “atitude” do Fugazi. Não é possível que vivi os anos 90, curtia rock, dito alternativo e não gostava dos caras. O problema era comigo, certeza. Acho que ainda deve ser, mas na real, toda a vez que escuto a banda, sinto que tá todo mundo escutando algo muito maravilhoso e só eu escuto um sonzinho chumbrega, roquinho chatinho e mal-humorado. Toda a vez que vejo os caras dando entrevistas ou falando de música, mais eu acho que estava certo e esse angu nunca ter descido tem um que de ser. Tirando esse primeiro disco, o resto sempre foi intragável o que me remete ao monstro (em todos os sentidos) Steve Albini que disse ali no comecinho dos anos 90 que o Fugazi era uma banda muito boa ao vivo, mas que fazia uns discos muito ruins. Nesse caso, o mago Albini ainda livrou a cara deles no “bons ao vivo”.

  1. King Crimson – Red (1974)

Mais uma vaca sagrada sendo atirada no brejo. Nos últimos anos, o progressivo voltou a ser moda e o King Crimson ressurgiu pras novas gerações com toda a força e pompa de faróis da moçadinha que curte se perder em acordes e progressões que não levam a lugar algum. O Rei Cigano cagou regra durante a década de 70, trocando de formação a cada disco, mas sempre com o soberano mandatário Robert Fripp decidindo o que acontecia e o que não acontecia na banda. A coisa ficou tão séria que lá pela Inglaterra tem umas turmas a la Senhor dos Aneis fãs que inventaram uma espécie de Sociedade Apreciadora de King Crimson. Se existe de verdade eu não sei, mas dá medo. A banda sempre foi chata e metida, e com tanta vontade de romper barreiras, ela alterna entre bons momentos e momentos ridículos, mas esse Red é bom demais até pra eles. Pesado, denso e assombroso, é um disco ideal para quem odeia progressivo e não tem muito tempo pra perder com King Crimson.

  1. Foo Fighters – The Colour And The Shape (1997)

Quando o Foo Fighters lançou esse disco e a tal critica especializada não deu a menor patoca, eu não conseguiu entender. O que realmente precisa acontecer para que um disco seja querido por quem entende de música e ao mesmo tempo tentasse ser popular? The Colour And The Shape ainda acho um puta disco, pra cima, mega bem produzido, que fez um link interessante entre guitarras noventistas altas, e cozinha mais discreta de bons discos de rock dos anos 80, mão preciosa de Gil Norton, que tem no currículo discos do Echo & The Bunnymen e Pixies. Depois disso a banda viraria uma piada que começava a se levar a sério nesse projeto de ser a melhor banda de rock do mundo, tanto que até hoje não acredito que eles tenham conseguido fazer shows no Wembley e ganhar 5 milhões de dólares para fechar um festival em um certo pais da América Latina. É um caso único de banda com os integrantes mais legais do mundo fazendo os discos mais porcarias do universo.

  1. Guns & Roses – Appetite For Destruction (1987)

O Guns foi a última banda de rock que o mundo teve e assistir sua degradação ao longo das ultimas décadas só comprova que o rock and roll já havia virado música de tiozinho babão há muito tempo e ainda não tínhamos sido avisados. Appetite é bom pra cacete, não gostar desse disco significa ter pouca afeição por rock e gostar muito dele também significa ter pouca afeição pelo rock. É o típico caso de disco legal que tinha muita personalidade nas pequenas coisas, já que o holofote esta demais em Axl e em Slash, esse disco deu a sombra necessária para que os outros 3 integrantes craques deixassem a base sólida. Steven Adler, o batera que afundado em heroína era um dos principais letristas da banda que ao lado do baita guitarrista e compositor de primeira, Izzy Stradlin (que tem uma carreira solo que vale a pena caçar por ai) e Duff McCagan que mandava muito bem em seu baixo deu ao disco um som que ainda hoje é sensacional. Depois disso, Axl ia querer ser maior que tudo isso e fez o favor de fazer as merdas que nós já conhecemos e que fazem do Guns a maior porcaria da historia do rock, tendo nas costas um dos discos mais legais da história. Ouça o disco, não ouça a banda e tudo ficará bem.