Beethoven / Karajan – Sinfonia N.8 Em Fá Maior, Op.93 / Sinfonia N.9 Em Ré Menor, “Coral” (1985)

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Toda a vez que escuto o Allegro vivace e con brio da Sinfonia N.8 sinto a beleza preencher o ar de tal modo que sou capaz de respira-la, traze-la para os pulmões, para o diafragma, através da pele e devolve-la ao mundo na exalação.

De longe é a minha favorita do mestre alemão.

É um milagre, um milagre promovido por um homem, deviam beatifica-lo por essa obra pois ele conseguiu traduzir em sinfonia um sentimento de grandeza universal e de supremacia do homo sapiens perante as demais criaturas vivas, que por si só bastaria para nos redimir do pecado original, da culpa da existência e das danações eternas.

Como vivemos em um mundo onde o que se faz e o que se paga é fardo de cada um, então o mestre Ludwig deve ter sido recebido no céu, se é que existe céu, e se essa cena fosse descrita, certamente teria a Sinfonia n.8 pra sauda-lo, com Deus estendendo a mão com um bloquinho de papel pedindo autografo.

Esse belíssimo play traz ainda a destruidora Sinfonia N.9. Arrisco dizer que se não existisse essa sinfonia, não teria existido o Heavy Metal. Pesada, corpulenta e barulhenta, a Sinfonia N.9 fecha com chave de ouro a sequencia de sinfonias criadas por Ludwig e confirmam um corpo de obra que jamais seria batido por ninguém.

Karajan rege a Orquestra Filarmonica de Berlin com a dureza e rigidez necessária para transformar essas duas gravações em verdadeiros “Standards” do repertorio da música mundial, e que na minha modestíssima opinião, deveriam entrar na sexta básica do tal “vale Cultura”.

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