Booker T. & The M.Gs – Mclemore Avenue (1970)
Publicado; 14/05/2012 Arquivado em: Música | Tags: abbey road, duck dunn, steve cropper Deixe um comentárioSempre achei o Abbey Road o disco de “menininha” dos Beatles.
Curioso que a maioria das mulheres fãs dos Beatles, acham o Abbey Road o melhor do Fab Four.
Nada de mais, é só uma constatação.
Mas que honra para os Beatles verem em menos de um ano após o Abbey Road, uma homenagem dessas?
Foi exatamente isso que o Booker T fez.
Junto aos seus imbatíveis MGs, eles recriaram o famoso disco da faixa de pedestres nos moldes soul music de ser, integralmente.
O resultado?
Nada tem a ver com Beatles e pouco tem a ver com Booker T.
Ficou um hibrido de rock inglês com som de Memphis, meio oportunista talvez, mas a coragem dos caras em se propor a fazer esse álbum vale qualquer coisa.
E que banda.
Steve Cropper, braço direito na guitarra, Donald Duck Dunn no baixo (homenageado do dia, mais um RIP triste da música este ano) e Al Jackson Jr. Nas baquetas.
Invertendo a ordem original das faixas, Mclemore é uma tremenda homenagem ao Fab Four e uma das mais originais também.
Ninguém nunca soube ao certo se os Beatles gostaram desse disco, ele passou de maneira estranha por critica e publico. Todo mundo ficou com um pé atrás e ressabiado, afinal porque o Booker T. Regravou esse álbum?
No fundo, por pura admiração pessoal do músico em relação aos garotos de Liverpool.
Ouça aqui e tire suas conclusões.
Eu gosto e muito.
Ficou mais macho.
See ya.
Mark Lanegan Band – Blues Funeral (2012)
Publicado; 14/04/2012 Arquivado em: Discos, Música, records | Tags: abbey road, afghan whigs, greg dulli, mark lanegan band, mission of burma, queens of the stone age Deixe um comentárioMark é uma lenda!
Hoje tem show do cara em Sampa.
Ingresso na mão e certeza de um show inesquecível.
Alegria maior é saber que a edição nacional desse álbum incrível está na Livraria Cultura com exclusividade. Motivo de honra e responsa!
O homem tem um dos gogós mais marcantes da história do rock e considera-lo somente um dos principais caras dentro do “movimento grunge” dos anos 80 e 90 é muito pouco.
Ele produz música desde o meio dos anos 80, quando sua primeira banda, o Screaming Trees apareceu em disco nos idos de 1986 emulando R.E.M. e Mission of Burma, até explodir em 1992 com a famigerada mas sensacional “Nearly Lost You”.
Na época, deu-se a entender que a banda era uma “one hit wonder”.
Ledo engano.
O Screaming Trees tinha muita coisa no seu background e Mark já dava seus pulos fora do grupo com álbuns soturnos e dramáticos.
Com o fim da banda em 1996, sacramentado pelo mágico e inacreditável “Dust” o “Abbey Road do Screaming Trees”.
Mark se jogou em projetos com artistas da pesada como Queens of The Stone Age, onde é quase um integrante convidado permanente em tudo que o Josh Homme faz, montou um projeto “curativo” com seu chapa Greg Dulli (Afghan Whigs e The Twillight Singers), além de seus projetos de folk fofo, pero no mucho com a fofinha Isobel Campbell (cantora do Belle And Sebastian).
O homem carrega na sua voz e nas suas músicas, o sofrimento e a experiência errática de um caçador de sentimentos cabulosos, cantando com tudo que há dentro do seu ser (loucura, desilusões, melancolia) e nesse seu novo projeto a frente de sua Mark Lanegan Band, o funeral é um álbum de um trovador de blues antigo que encontra no século XXI, todo o sortimento de sons para emoldurar seu cantar antigo e nebuloso.
O som do álbum é fora do comum para os padrões baixos que a década tem produzido, portanto é motivo de aplausos e reverencia que um disco tão bom tenha saído nos tempos de hoje.
Com o uso cuidadoso de eletrônica, Mark faz uma reverencia aos eighties em “Ode To Sad Disco” e “Harborview Hospital”, lembra a todos que ele veio do rock em “Quiver Syndrome” e mete a bota com a faixa que abre o álbum “The Gravedigger’s Song”, certamente o baixo mais cabuloso do ano (empatando com o baixo cabaret de “Darkness”, faixa do novo Leonard Cohen).
Em Resumo: álbum com selo de qualidade 4AD. Isso quer dizer muito!