Elgin Avenue Breakdown – The 101ers (1981)

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Comprei esse disco nos anos 90, quando o vinil ainda não estava na moda e porque foi uma das poucas vezes que vi esse disco pra vender. Como fã do Clash, não podia deixar passar essa pepita e depois de muitas besteiras, ele ainda continua bonitinho aqui na coleção.

Começando do começo.

Todo mundo começa por algum lugar e Joe Strummer já parecia saber o que queria desde muito cedo.

Sou até suspeito pra falar, pois eu amo tanto o The Clash e amo tanto a figura de Strummer como artista e personalidade que é impossível falar de qualquer coisa ligada a ele sem ter a impressão que estou usando adjetivos elogiosos demais.

Foda-se, é meu blog e faço o que quiser.

Bem, dentro da história do rock a banda The 101ers nada mais ficou como somente a banda onde Joe Strummer começou a tocar e através dela, Mick Jones e Paul Simonon enxergaram a peça que faltava para finalmente botarem na rua seu projeto de laboratório chamado The Clash.

Sim, o The Clash foi uma banda de laboratório.

Não, o The Clash não foi um movimento politizado composto por colegas que tinham uma ideologia em comum, tão pouco foi uma combustão espontânea.

O Clash foi um projeto planejado e bolado para fazer sucesso.

E tudo bem!

Quase tudo no Showbizz tem essa natureza, então porque o The Clash seria diferente? Voltaremos para The Clash em outro momento.

E agora, vamos ao 101ers.

A proposta era simples e visceral, inspirado no velho R&B e nas pub bands inglesas que vieram um pouco antes deles, o 101ers tocava como se estivessem se divertindo pracas e esse álbum que saiu quase 5 anos depois do fim da banda, foi também uma forma de capitalizar em cima do gigantesco sucesso que o Clash tinha naquele ano de 1981.

Elgin, captura a rapaziada em momentos ao vivo e momentos em estúdio entre 1975 e 1976.

Dá pra sentir a verdade em cada silaba que Strummer pronuncia. Dotado de um carisma vocal e uma confiança imbatíveis, o trunfo da banda era acompanhado de uma banda vigorosa e cheia de gas e tinha em seu bandleader, o capitão perfeito para atravessar um mar de tedio e desesperança e jogar nos palcos e nos sulcos desse Vinil, algumas das mais urgentes e cruas versões de clássicos do rock como Monkey Business e Shake Your Hips e chegar ao cumulo de fazer miséria com Gloria (clássico de Van Morrison), não consigo lembrar uma versão melhor.

Mas nem só de cover vivia o 101ers, o material original era muito bom também e canções como Motor Boys Motor e Sweety of the St. Moritz davam ideia do potencial de Strummer como compositor e como essa energia foi percebida pelos futuros colegas de The Clash.

Lado a lado com essa canções mais energéticas, Strummer mostrava grande senso para compor pop songs palatáveis como Silent Telephone e Keys To Your Heart.

A banda tinha potencial, mas a saída de Strummer botou um ponto final na história e marcaria outra muito maior para o homem.

Discasso de rock.

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