Os piores discos de Techno ….. de artistas não technos…
Publicado; 04/04/2017 | Autor: jpbueno | Arquivado em: Música | Tags: Barao Vermelho, Bush, David Bowie, David Byrne, Electronic Music, Eric Clapton, John Lydon, Lulu Santos, Spawn, Techno, U2 | Deixe um comentárioLembro da primeira vez que escutei um disco dito de “techno” de ponta a ponta e achei realmente que o mundo tava mudando, ficando menos velho e isso foi bom!
Isso aconteceu em 1990 com o álbum 90 do 808 State (grupo que tive a sorte e privilégio de assistir ao vivo em 1996 abrindo pra Bjork no extinto Free Jazz Festival).
Ao longo dos anos, tal qual um Mr. Hyde escondido, meu amor por música eletrônica foi ocupando espaço ao passar da década de 90 e tive a sorte de ver o surgimento de alguns dos artistas mais talentosos e importantes não só dessa década, mas quiçá do gênero todo.
Underworld, Chemical Brothers, Roni Size, Moloko, Grooverider, Orbital, The Orb, Aphex Twin, Goldie, Portishead, Sneaker Pimps, Adamski, Dj Shadow, Paul Oackenfold, and go on… a lista é imensa.
E claro que de paraquedas, uma pá de gente resolveu se meter a fazer musica eletrônica também e muitos deram com os burros n’água e como hoje em dia, muitos deles posam de santos ou vacas sagradas, resolvi listar os piores casos de “apropriação cultural” da cultura “Clubber” por “não clubbers”:
Gargalhadas são permitidas:
10o David Bowie – Earthling (1997)
Sim, David Bowie tem lugar garantido no topo de qualquer lista que voce possa imaginar (melhor disco de Glam Rock, melhor disco de Krautrock de artista não alemão, melhor disco de Pop anos 80 e melhor disco póstumo), mas o camaleão também cometeu seus pecados e tentar fazer um disco de rock com drum and bass foi um tremendo furo, mas por absoluto respeito ao gênio e mesmo quando ela escorrega a gente respeita, ele fica em 10o .
9o Eric Clapton – Pilgrim (1998)
O “Deus” da guitarra não afirmou com todas as letras que esse é um disco de “techno”, mas foi assim que sua gravadora o apresentou ao mundo. Movido por baterias eletrônicas e sintetizadores programados por Simon Climie (da dupla de tecno pop oitentista Climie Fisher) o álbum é regularmente esquecido pelos fãs do guitarrista e muitas vezes, até por ele próprio mesmo tendo sido um de seus melhores resultados comerciais desde o Acustico.
8o John Lydon – Psycho’s Path (1997)
Conhecendo o nosso amável Johnny Rotten, ele sempre quis que o mundo pegasse fogo, então não consigo botar muita fé que ele tenha feito essa porcaria de cara lavada. Pra mim, foi alguma aposta que ele ganhou por ter feito um disco tão ruim assim. E olha que tem uns discos do P.I.L. que são duros de ouvir, mas esse é imbatível no quesito trashice.
7o Barão Vermelho – Puro Extase (1998)
Essa foi a onda mais errada do Barão, pois não deu pra entender se eles tinham entendido o que era “Techno”, pois a única coisa de dançante que a banda fazia era mais responsabilidade do Peninha do que da bateria eletrônica. O disco teve Hits, mas é ruim demais… eu gosto do Barão, mas esse não dá pra defender não.
6o David Byrne – The Visible Man (1998)
Byrne é gênio, acho que quando ele e eu formos para o além mundo, alguém vai descobrir que esse disco é muito avançado pra sua época ou pra qualquer época, mas enquanto nada disso acontece, o que tenho a dizer dessa porcaria é que ela só reforça a minha tese de que a carreira solo de Byrne só se salva por que ele montou o selo Luaka Bop que lançou pro mundo alguns dos discos mais legais que tenho aqui em casa, além de ter ajudado o Tom Zé a ganhar uma sobrevida artística mais que merecida.
5o Varios Artistas – Spawn O.S.T (1997)
Ah essa indústria cultural que me mata de orgulho.
Alguem teve uma brilhante ideia de aproveitar o auge do movimento de música eletrônica e casar artistas e djs com bandas de rock. No papel, as parcerias prometiam: Slayer e Atari Teenage Riot era promissor, e Prodigy com Tom Morello (Rage Against The Machine)? Outras boas ideias: Golide com Henry Rollins, Mansun com 808 State, etc. Mas o disco é uma merda, parece que eles tiveram meia hora cada um pra entregar o que tinham, e nessa época, 15 minutos era o tempo que eles tinham só pra ligar os equipos. Enfim, boa ideia, péssima execução.
4o Lulu Santos – Eu e Meme Meme e Eu (1995)
Visionário do caos, Lulu antecipou a febre de discos de Techno ruins antes de outros artistas. Ponto pra ele. Sem precisar defender o cantor carioca, mas no fundo acho que vale uma menção que eu acho o seu Assim Caminha a Humanidade uma beleza de álbum. Agora esse Meme e Eu é só mais uma prova de como se jogou dinheiro fora nesse negocio de indústria da Música.
3o U2 – Pop (1997)
Ri litros quando vi o Bono e o The Edge com camisetinha colada e dançando no clipe de Discoteque. Se em algum momento (e esse momento certamente existiu), eu tive algum respeito pelo quarteto irlandês, eles se dissipou com esse álbum e com a tune sequente. O disco tem algumas coisas que até passam, mas foi um movimento muito oportunista que daqui de São Caetano do Sul eu consegui enxergar pelos óculos escuros do Bono que ele não acreditava em uma virgula do que ele cantava.
2o Bloc Party – Intimacy Remixes (2009)
Pior do que uma banda véia tentar surfar numa onda que definitivamente não era a deles é ver um artista mais ou menos novo, que depois de lancar uma ou outra coisa razoável, me vem em pleno anos 2000 pegar um disco ruim (Intimacy) e lançar uma versão remixada horrorosa do mesmo álbum. Isso tudo em 2009, só uns 12 anos depois que essa onda tinha acabado. Trofeu Rubinho Barrichelo pro Bloc Party.
1o Bush – Deconstructed (1997)
Foi graças a minha linda e jovem namorada que buscou do fundo de sua lembrança clubber grunge, o álbum que ocupa com dignidade (ou não) esse ranking. Sem ela, o primeiro lugar dessa lista teria sido ocupado por outro álbum, mas relembrar que o Bush lançou no seu “auge” um disco de Remixes tosco desses me leva honestamente a duas perguntas pertinentes: 1. Por que as pessoas depois de duas décadas insistem que o Bush era uma banda boa? 2. Por que em algum momento, alguém achou que essa banda servia pra alguma coisa. Confesso, sempre detestei esses caras, e não adiantava botar o Steve Albini pra produzir disco. É uma m… sempre foi…. sempre será. Independente do gênero que eles toquem. Ponto.
Ps. : Menção honrosa:
R.E.M. – R.E.M. IX (2002)
O R.E.M. só escapou da lista pois não achei nenhum link confiável com esse álbum de remixes de faixas do álbum Reveal pra atestar se isso era ruim ou não.