The Decemberists – The King is Dead (2011)

41kXQyeFMyL._SL500_AA300_

Todo mundo precisa de um modelo seguro para se apoiar e ter certeza de que o que você faz está certo.

O modelo dos caipiras do Decemberists é o R.E.M. e o Paul Westerberg.

Como bons caipiras do meio oeste norteamericano, eles são classificados na maldita denominação “Americana” que os ingleses tanto adoram rotular e que nós aqui também vamos na onda.

Isso quer dizer que:

–       Eles cantam em duas a três vozes;

–       Usam muito violão e instrumentos rurais como rebecas e steel guitars;

–       Produzem timbres firmes de guitarras e baixos clássicos;

–       Tem um baterista que toca com vontade se precisar;

–       Ótimas composições, certinhas em todas as suas estruturas e pra cantar junto ou acompanhar com a cabeça depois de umas 3 escutadas;

–       Nas horas vagas eles ordenham vacas, vacinam búfalos e cozinham faisões.

O Decemberists é tão certinho na sua proposta folk rock, e o disco acontece tão bonito, que é até difícil achar algum defeito. Os caras realmente não poderiam ter nascido em outro pais. O som que eles produzem é tradicional, atemporal e com ótimas musicas do começo ao fim.

Não chegam a transcender em nenhum momento, mas nos dias de hoje isso é tão raro que só o fato deles terem feito um álbum em pleno 2011 com essa beleza antiga e careta e natural ausência de contato com seu tempo é quase como se eles tivessem esculpido um rochedo de pedras no lugar de um prédio novo.

The King Is Dead agradou a moçada indie, foi bem de venda e tem a participação de Peter Buck (ex-REM) e Gillian Welch (musa folk).

Se você não escutou esse álbum ainda (afinal foi lançado em longínquos 2011, uma eternidade), saiba antes que não vai mudar sua vida mas vai dar umas dicas sobre como escutar rock de violão sem se sentir um bocó.


Eddie And The Hot Rods – Teenage Depression (1976)

Tem momentos em que a melhor mensagem é não ter mensagem alguma. E melhor é ter nada na cabeça.

Nada mais escapista do que discos escapistas por excelência.

Teenage Depression se presta a isso.

Antes do punk ser punk, surgiram bandas que ficaram no meio do caminho entre o rock de bar e o punk uniformizado de botina, alfinete na boca e sabão de Pedro no cabelo pra dar aquela levantada.

Mods deslocados no tempo e no espaço, os rapazes britânicos curtiam uma biritada boa e rocks rápidos como todo bom jovem setentista queria e precisava.

Tempos niilistas precisavam ser combatidos ou sua vida seria uma grande merda.

Os Hot Rods eram banda de bar, naquele sentido de banda de bar que toda banda de bar deveria ser. Tocavam sem frescura e sem retoques conceituais suas musicas acessíveis, rápidas e rock cru sem xororo e sem inventar moda…

Seu rock básico acabou sendo a ponte entre o que o Dr. Feelgood fez no começo da década e o que os Sex Pistols e Damned fariam na segunda metade.

Ícones das mudanças de tempo que a ilha da Rainha, eles eram mais rápido e menos pesado que o primeiro, o que foi suficiente e fundamental para que as bandas punks e new wave achassem o beat ideal para demolir o modus opperandi que impregnava e dar uma bagunçada no coreto.

Teenage Depression é tão divertido, fácil e cru que fica difícil acreditar na capacidade que alguns artistas tem em complicar, inventar rococós, afrescalhar o rock e tocar guitarra como se estivessem coçando a cabeça de macacos.

Meninos desse mundão: rock é fácil, escute esses caras e aprendam como se faz.


Dead Kennedys – Live At The Deaf Club 1979 (2004)

O DK ao vivo era esmagador e esse documento sonoro gravado antes do primeiro e clássico Fresh Fruit é a melhor porta de entrada ao mundo politizado, radical e destruidor de Jello Biafra e asseclas.

Um show monstruoso, daqueles de se ouvir e invejar as poucas almas que lá estavam e tiveram o privilégio de ouvir talvez pela primeira vez algumas das melhores músicas do punk americano de todos os tempos: California Ubber Alles, Holiday in Cambodja, Kill The Poor e um gracejo para os fãs, a então inédita Gaslight.

O mais legal de tudo nesse show é a presença de uma segunda guitarra, que na minha opinião deu outra dinâmica ao grupo e preencheu os espaços vazios que a guitarra isolada do DK marcante, aguda e única não bastava. O punk rock dos caras estava mais encorpado, mais quente e talvez teria outro futuro se tivesse se mantido assim.

Show de rock como todo o show de rock deveria ser e infelizmente não se vê mais hoje em dia.

Com o movimento punk explodindo para todos os lados, a ensolarada e sempre hippie Califórnia veria um explosão de bandas maravilhosas, idiossincráticas e divertidas como nunca apareceu antes: X, The Germs, The Dickies, The Zuttons, Red Asphalt, Xterminators e mais uma infinidade de bandas legais que nunca deram em nada.

Infelizmente a atenção do publico acabou se voltando somente para o lado radical e politico de Jello Biafra e sua insistência em causar quizomba. Sabia que ele é candidato a Presidência dos EUA? Pois é.

O fim da banda foi muito triste. Os últimos álbuns já não eram tão legais e os integrantes remanescentes do DK entraram com processo contra Jello.

Graças aos céus, tudo isso se apaga nos primeiros 15 minutos deste álbum inacreditável e poderoso.

A promessa se cumpriu em Fresh Fruit e em Plastic Surgery Disaster e o Dead Kennedys botou seu nome na história como uma das bandas mais inacreditáveis dos últimos 40anos.

Mas nesse álbum, a banda era outra e era Duca..

E ainda fizeram uma versão daquele tal de Beatles… manja?


The Grateful Dead – Grateful Dead (1967)

Pouca gente fala sobre o Grateful Dead nos dias de hoje.

Pouca gente ainda ouve o Grateful Dead nos dias de hoje.

Eu até não muito tempo atrás, fazia parte desse time.

Não era muito fã da fama que cercava a banda e no fundo eu achava tudo muito droguinha para aluno de história ou sociais da Usp que acha que pode fumar maconha a luz do dia, torrando a graninha do papai e indo pra Europa visitar a Sorbonne com o dinheiro da titia.

Mas é engraçado que numa tacada eu cai nos primeiro álbuns do Dead com a mesma intensidade e descobri uma belíssima banda, interessadíssima nos pântanos da tradição norte americana do folk, do country e ao mesmo tempo falando com uma então juventude progressista que fazia passeata pela erva, pelo acido, contra a guerra e pelo direito de ser escutados por congressistas.

O som do Dead é mais careta que sua atitude e certamente mais careta que os ouvidos de seus públicos nessa época.

Imagina a situação: São Francisco pegava fogo no final dos anos 60, onde todo mundo queria experimentar de tudo, se soltar das amarras adultas que a sociedade americana arregimentou para virar o “império” e vender Coca-cola e carros para todo o mundo, e só figuras exóticas como Jerry Garcia para catalisar toda a porra-louquice de um período cheio de sonhos e experimentos sociais, associada a capacidade de articular seu discurso para ser ouvido e levado a sério por público e crítica.

Antes de mais nada, a banda é boa praca… todos os músicos são seríssimos e ninguém dava brecha de lançar e gravar qualquer merda.

Esse disco de estréia dos caras saiu um pouco antes da psicodelia tomar a cena e mesmo tendo ingeridos os mesmos ingredientes lícitos e ilícitos que todo o mundo, o Dead caminhou olhando para dentro de suas raízes e sem sentir vergonha de serem americanos, lançaram um impecável álbum de estreia que ajudaria a definir o movimento que seria o ano seguinte dentro da escala evolutiva musical.

Ano este em que a psicodelia morreria e sons com pegada mais blues, country e folk voltariam com tudo.

O Grateful Dead já estava lá antes e aproveitou para fazer seu cartaz com discos espetaculares que sairiam na sequência.

Se os fanáticos seguidores da banda, obscureceram a importância musical do grupo para transformar seus concertos em fumódromos de erva e usando o discurso libertário da banda como desculpa para se afundarem em drogas, já que a lenda fez do Grateful Dead o “pics”, o tempo, a distância e uma escuta mais atenta chamam a atenção para o requinte e a sabedoria como os caras executaram seu blues-country-piano rock como poucas na historia do rock americano.

Bandassa e discasso poucos falados, merecem audições mais atentas.

Chapante!


10CC – Deceptive Blends (1977)

Segunda-feira sem graça, chata, monótona e desinteressante pede uma trilha sonora que faça juz. Uma trilha que não incomode o suficiente para não te irritar também.

O 10CC foi daquelas bandas setentistas que inexplicavelmente fizeram um sucesso muito maior do que eles foram como banda.

Ok, eles eram muito competentes e músicos fudidos, mas até ai, quase todo mundo naquela época era também!

Fazendo o pop setentista por excelência, meio blues, meio piano band a la Elton John, com toques progressivos bocós, arranjos meio coxinhas, o 10CC é uma delicia quando você não quer nada de muito emocionante e absolutamente impecáveis em preencher um espaço nos seus ouvidos e no coração que deixa lugar para ler um livro, digitar no computador ou fazer qualquer outra coisa.

É o soft rock por definição e que eu adoro!

Chega a dar vergonha, mas esse álbum me pegou de jeito.

Parece um álbum que o Paul Mccartney fazia com os Wings, só que sem nenhuma obra-prima. Essa obra-prima eles já tinham feito dois anos antes no álbum Original Soundtracks, com a embriagante, etérea e maravilhosamente estranha “Im not in Love”, que ganharia o mundo e as paradas.

Discão para quem gosta de graves, linhas de baixo e baterias acima da média, viagens mais longas no final e ótimas musicas para acompanhar um drink.

Se você está numa pior, esse disco vai te confortar.


Ella Fitzgerald – Clap Hands, Here Comes Charlie (1962)

Ella é a cantora das cantoras.

Ella é a maior.

Ella é a que melhor e mais produziu obras-primas.

Ella é retrato e voz do que de melhor e mais bonito se fez no século XX.

Ella foi tudo isso e mais.

No inicio dos anos 60, Ella já era a rainha da canção, graças aos seus famosos, populares e inacreditáveis Songbooks (Gershwin, Cole Porter, Irving Berlin e Duke Ellington nos anos 50 e Harold Arlen no inicio dos anos). Sucessos revolucionários que ajudaram a criar os padrões para todos os “discos” que sairiam dali em diante.

Os Songbooks foram, em sua maioria, as gravações definitivas dos maiores compositores norte-americanos da primeira metade do século XX, tendo em Ella a sua principal interprete.

Depois de uma sequencia de álbuns ao vivo espetaculares como Mack The Knife e Live At the Opera House, Ella encontrou uma brecha para se enfiar em um estúdio em Los Angeles com um pequeno grupo que tinha Lou Levy ao piano e Herb Ellis nas guitarras, dentre outras feras, e gravar canções matadoras nesse álbum que é peça querida para os fanáticos apreciadores da cantora.

Em resumo é o seguinte: não haveria mais cantoras de jazz se Ella não tivesse aparecido e feito o que fez. Exemplo máximo de talento associado a popularidade e respaldo da crítica.

Não há contra indicações em relação a sua música, só efeitos colaterais irrecuperáveis como uma terrível intolerância e enfado para com todas as imitadoras e sucessoras da dama.

Fazer o que? Depois de ouvir a melhor, fica difícil aceitar o mediano.

Ella é o paradigma do jazz. Se hoje o jazz com vocal feminino virou bundão, cafona, água com açúcar e raso a culpa não é de Ella.

O problema foi que ela esgotou todas as possibilidades, assim não haveria mais sentido continuar fazendo esse tipo de som.

A própria Ella mais tarde também abraçaria a modernidade com álbuns mais avançados como Sunshine Of Your Love (onde canta rock) e Ella Abraça Jobim (cantando temas do Tom Jobim), mesmo que os resultados sejam medianos.

Anyway, Ella foi a maior e esse álbum é uma pitadinha de toda a classe, simplicidade e beleza que ela imprimiu na cultura popular mundial e sua forma definitiva de cantar as canções mais populares de sua época.

Clap Hands… faz um bem a alma. Acalma, apazigua e dá esperança que tudo pode ser melhor, mesmo quando tudo diz que não.


Mark Lanegan Band – Blues Funeral (2012)

Mark é uma lenda!

Hoje tem show do cara em Sampa.

Ingresso na mão e certeza de um show inesquecível.

Alegria maior é saber que a edição nacional desse álbum incrível está na Livraria Cultura com exclusividade. Motivo de honra e responsa!

O homem tem um dos gogós mais marcantes da história do rock e considera-lo somente um dos principais caras dentro do “movimento grunge” dos anos 80 e 90 é muito pouco.

Ele produz música desde o meio dos anos 80, quando sua primeira banda, o Screaming Trees apareceu em disco nos idos de 1986 emulando R.E.M. e Mission of Burma, até explodir em 1992 com a famigerada mas sensacional “Nearly Lost You”.

Na época, deu-se a entender que a banda era uma “one hit wonder”.

Ledo engano.

O Screaming Trees tinha muita coisa no seu background e Mark já dava seus pulos fora do grupo com álbuns soturnos e dramáticos.

Com o fim da banda em 1996, sacramentado pelo mágico e inacreditável “Dust” o “Abbey Road do Screaming Trees”.

Mark se jogou em projetos com artistas da pesada como Queens of The Stone Age, onde é quase um integrante convidado permanente em tudo que o Josh Homme faz, montou um projeto “curativo” com seu chapa Greg Dulli (Afghan Whigs e The Twillight Singers), além de seus projetos de folk fofo, pero no mucho com a fofinha Isobel Campbell (cantora do Belle And Sebastian).

O homem carrega na sua voz e nas suas músicas, o sofrimento e a experiência errática de um caçador de sentimentos cabulosos, cantando com tudo que há dentro do seu ser (loucura, desilusões, melancolia) e nesse seu novo projeto a frente de sua Mark Lanegan Band, o funeral é um álbum de um trovador de blues antigo que encontra no século XXI, todo o sortimento de sons para emoldurar seu cantar antigo e nebuloso.

O som do álbum é fora do comum para os padrões baixos que a década tem produzido, portanto é motivo de aplausos e reverencia que um disco tão bom tenha saído nos tempos de hoje.

Com o uso cuidadoso de eletrônica, Mark faz uma reverencia aos eighties em “Ode To Sad Disco” e “Harborview Hospital”, lembra a todos que ele veio do rock em “Quiver Syndrome” e mete a bota com a faixa que abre o álbum “The Gravedigger’s Song”, certamente o baixo mais cabuloso do ano (empatando com o baixo cabaret de “Darkness”, faixa do novo Leonard Cohen).

Em Resumo: álbum com selo de qualidade 4AD. Isso quer dizer muito!


The Lord High Fixers – Group Improvisation…that’s Music! (1997)

Austin, no Texas deve ter alguma substancia alucinógena em sua água. Ou alguma coisa alucinógena no seu ambiente, porque as bandas que surgiram por lá e ainda surgem tem uma pegada e uma maluquice em seus dnas que nenhuma outra cidade no mundo consegue gerar.

Olha a lista: 13th Floor Elevators, The Huns, Big Boys, White Denim, Spoon, Okkervill River, …And You Know Us By The Trail of Dead entre outras.

Todas elas tem um que diferente dos similares.

E o The Lord High Fixers é ou foi uma delas.

Punk de garagem por excelência, o Lord não ganhou muita projeção porque o mercado é muito competitivo e eles não cederam um milímetro na sua postura para fazer sucesso ou ganhar publico e acabaram restritos a um grupo de aficionados como eu.

Fiéis aos garageiros que os precederam na história, a banda praticou o puro soul-punk que pintou com mais força nos anos 90 e que seguiu década adentro através de artistas como Dirtbombs, BellRays, entre outros.

Divertido, alto e barulhento, esse álbum é uma colagem ininterrupta de canções próprias com covers dispares. O disco abre com “Lower Egypt” Do Pharoah Sanders, fecha com “Young Man Blues” do genial Mose Allison e no meio ainda cabem versões poderosas de “Come See About Me”, sucesso na voz das Supremes e “Everybody’s Got Something To Hide” dos Beatles.

De tirar o folego, Group Improvisation é um balsamo de rock adulto em qualquer estado e situação.

Aproveite sem moderação.


Dinosaur Jr. – Bug (1988)

Era uma vez a banda que deveria ter sido a mais influente de toda uma geração, que suscitava amores e repudios em iguais proporções, que tinha um dos guitarristas mais fominhas da paroquia e que produziam os mais descomunais barulhos em torno de melodias “neilyoungianas”.

Essa banda começava a alçar voos maiores, estava pronta para assinar com uma grande gravadora, ter mais projeção, ficar mais conhecida e conquistar o mundo.

Só tiveram um probleminha: Timing.

E o mais bizarro é que eles não estavam com o timing atrasado, e sim adiantado. O Dinosaur Jr. estava a frente do seu tempo quando o mundo da música mainstream ainda não havia acordado com esse turbilhão sonoro subterrâneo.

Um belo dia, ele estava, a brecha se abriu para o barulho, mas ai eles já não eram mais a mesma banda.

Entre 1987 e 1988 o Dinosaur Jr. lançou duas obras-primas magnânimas no quesito rock barulhento pre-grunge. You’re Living All Over Me e Bug. Esses dois álbuns juntos deram praticamente todas as chaves e saídas que as bandas dos anos 90 iriam se utilizar e fazer o grunge virar palavra fácil na boca de todo mundo.

São dois discos fabulosos, escolhi o Bug por “unidunite”. Ah sim, esse disco começa com Freak Scene, talvez a melhor música de abertura pé na porta que eu conheço.

Bug tem tudo e rápido. 8 faixas sem deixar cair o pique em nenhum momento, e jogar na sola do chinelo todo mundo que quis fazer barulho e melodia depois deles, muitos chegaram perto como o Nirvana, outros disputaram pau a pau como Mudhoney e outras nem pro cheiro (pode juntar todas as outras de Dishwalla a Cage The Elephant).

Em 1990, eles ainda lancariam outro petardo: Green Mind que acabou ficando obscurecido por todo o resto e eles acabaram sendo mais uma dentro das multi-ofertas grunge que assolaram a humanidade.

Bem, depois de idas e vindas a banda voltou, tem o respeito de toda a classe roqueira, continuam insaciáveis na busca pelo ruído perfeito e envelheceram cercado de toda a idiossincrasia clássica de uma banda que ferrou com tudo e sabe disso.

Ai que saudade da modernidade!


Duh – Blowhard (1991)

O que dizer de uma banda que se chama DUH e bota na capa uma foto de um sujeito que parece sofrer alguma demência ou retardo?

E que coloca na contra-capa um monte de quadrinhos com representações infantis de objetos, animais ou pessoas usados para aprendizado ou alfabetização?

1 – que esses caras não tem nada na cabeça.

2 – que esses caras são uns “zueiros”

3 – que eles não querem nada com coisa nenhuma.

Todas as afirmações acima estão corretas.

O Duh é um projeto solo de integrantes do Steel Pole Bathtube e outras bandas menores de punk, hardcore e industrial e criaram esse projeto por puro prazer de fazer barulho, rock pesado, lépido e no mínimo muito divertido.

Blowhard tem todos os elementos de um bom disco de rock barulhento descerebrado, daqueles de fazer o Beavis And Butthead baterem cabeça e levantarem os dedinhos em sinal de jóinha.

É rápido, com momentos hardcore que não caem na mesmice do gênero e sem ser alegrinho demais (nada de hardcore melodico feliz da Califórnia), guitarras Gibson graves com timbres cavernosos e soterrados na mixagem junto com os demais instrumentos.

O Duh não tinha pretensão de ser porra nenhuma e cumpriu a risca esse legado não se tornando coisa alguma.

Mas graças a Deus, eles deixaram dois discos sensacionais que não passaram batido por esse humilde blog dedicado a álbuns que praticamente ficaram órfãos de ouvidos e fãs como nesse caso.

Enjoy, limpe vossa cabeça e enfie a testa num balde de gelo…