O Melhor Festival do Mundo em 2018!

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Seguindo o estardalhaço habitual que a divulgação de line-ups de festivais costumam causar nos coraçõezinhos indie-rocker-nãorocker-hipsters-em-geral, a última fresta de emoção veio da escalação confirmada do Primavera Sound, que se realiza anualmente em Barcelona.

Comoção moderada na verdade.

Ok, tem Nick Cave, a volta do Arctic Monkeys e Bjork de headliner. Do resto, mais do mesmo, os rappers transados do momento, Lorde, e aquele bando de banda indie chata pracas…

Como quem contrata e organiza esses festivais, são basicamente as mesmas pessoas, que precisam levar para atrações basicamente os mesmos artistas sob contrato das duas maiores agências de shows do mundo, podem haver algumas diferenças aqui e ali, mas onde canta Nair, canta Nadir e onde quiserem Nadir, tem que levar Nair e Nadair.

Por isso que não sinto mais a menor empolgação com esses grandes festivais do tipo Coachella, Primavera, Reading Festival, Roskilde, Bonaro, Lollapalooza, Rock In Rio, etc.

Com a quantidade absurda de artistas por ai, cada vez mais, festivais focados em nichos vem ganhando corpo e qualidade de escalação que não se vê mais nesses festivais comerciais multi fodões milionários.

Tem pra todos os ghosts e bolsos e no geral muitos deles costumam até ser mais baratos que esses mega badalados.

Em ordem de relevância e se eu tivesse cascalho pra encarar, esses seriam os 6 festivais em que eu iria fácil:

  1. Desertfest (Londres – Inglaterra)

Quando: 04 a 06 de Maio

Principais atrações: Monster Magnet / High On Wire / Hawkwind / Napalm Death / Nebula.

Festival mais voltado pra linha Stoner, metal viajandão, já valeria pra ver o Monster Magnet e o Nebula. Como dizia Gastão Moreira, só porrada na orelha!

 

  1. M’era Luna (Hildesheim – Alemanha)

Quando: 11 e 12 de Agosto

A turma: Prodigy / Front 242 / Ministry / Clam of Xmox / Atari Teenage Riot.

Onde os neo-goticos e fãs de synthpop e industrial fazem a festa. Um verdadeiro carnaval de gente muito branca, maquiada com pó de arroz, regado a eletrônico pesado, industrial e ótimas bandas.

 

  1. The Cure – 40th anniversary tour (só nas Europa)

Quando: verão europeu.

Quem acompanha a Cura:  Interpol / Slowdive / Goldfrapp / Ride / Editors

Já não bastasse o The Cure na sua turnê de 40 anos de existência, de leva traz na garupa algumas das melhores bandas de guitar rock da virada dos 80’s pros 90’s (Ride e Slowdive) e alguns dos melhores do século XXI (Interpol e Goldfrapp). E zefini…

 

  1. Sonic Mania (Tokio – Japão)

Quando: 17 de Agosto

Quem: Nine Inch Nails e My Bloody Valentine

Se fizer uma lista das 5 melhores bandas pra se ver no mundo hoje, duas delas estão ai. Sem mais.

 

  1. Levitation (Austin – Tx)

Quando: 26 a 29 de Abril

Quem toca: Dead Meadow / Ty Segall / Parquet Courts / Ministry / Brian Jonestown Massacre / Slowdive / The Black Angels / Oh Sees / Wooden Shjips

Segundo melhor festival do mundo: dedicado a bandas novas e velhas, mas com propostas roqueiras, psicodélicas e avançadas. Só listei as que conheço e tenho vontade de ver em ação, mas as bandas pequenas também costumam ser grandes pedradas ao vivo. Ótima curadoria e shows pequenos. Quase perfeito.

 

  1. Rebellion Music (Blackpool – Inglaterra)

Quando: 2 a 5 de Agosto

Quem é o cantor: P.I.L. / Stiff Little Fingers / Buzzcocks / The Exploited / The Adicts / Dickies / Peter Hook & The Lights / Cockney Rejects / Discharge / Uk Subs / Idles / GBH / The Weirdos / Anti Nowhere League / D.R.I. / The Boys / Jah Wooble / Chron Gen (só listei as que eu gosto muito ou tenho disco).

Sem sombra de dúvida, o lugar que eu mais quero estar nesse ano. Não é todo o dia que a nata do punk rock mundial se junta num festival dessa envergadura: O Rebellion já acontece há alguns anos e se especializou em juntar algumas bandas veteranas do punk rock junto a bandas novas que aparecem de vez em quando pra fazer a alegria de quem ama punk, pop punk, new wave, hardcore entre outras.

Escolha seu festival, quebre o cofrinho das economias e caia na estrada. Se não rolar, pelo menos sonhe… não custa nada.

 

 

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Menos um no Mundo… Mark E. Smith (R.I.P.)

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E nem findamos direito Janeiro e vem uma chapuletada dessas?

Logo tu, Mark?

Mais do que ser um fã do Fall (confesso que gosto muito, mas não me considero um fall maníaco), Mark E. Smith representava o tipo de atitude e visão de mundo que tenho muito na minha vida e quero ter na minha vida daqui pra frente, ou daqui até o fim dela.

Desde que surgiu, lá nos meados dos anos 70, o Fall e seu lider foram incansáveis, levando a arte, o rock e suas convicções até as ultimas consequências, quase como uma missão eclesiástica, espiritual por entre descrentes e bárbaros.

Se tem dúvida, repare no video abaixo gravado em algum momento de 2017, com um Mark severamente debilitado, porém sem fugir da raia (tem muito “artista” por ai, que bastou uma gripezinha e já sai cancelando show a torto e a direito).

A legião de fãs só comprova como o cara era f***.

John Peel, Damon Albarn, Cat Power, Pavement, Justine Frishman entre outros são só alguns artistas legais que adoram o cara.

E ai vão algumas das minhas favoritas em que o Mark dá o “tostão” da sua presença:

Elastica – How We Wrote Elástica Man : homenagem tão explicita ao Fall (a canção How I Wrote Elastic Man), ao estilo e a forma. Clássico dos nossos tempos.

Inpiral Carpets – I Want You – outra música feita quase de encomenda para homenagear Mark. Pesada, rápida e mortal. Um dos melhores rocks dos anos 90.

Gorillaz – Glitter Freeze – só alguém tão foda e tão bom quanto Damon Albarn pra fazer Mark E. Smith cantar em um album “mainstream”. Artistas grandes se respeitam.

John Peel, lendário dj da BBC também já falecido, tinha aproximadamente 35 mil LPs, mas os do Fall eram tão especiais que ficavam em local a parte.

Numa definição rasteira, o The Fall era punk na atitude, krautrock com pos-punk no som e letras que beiram o surrealismo.

Uma combinação de arte erudita e arte de rua, Mark era do asfalto, das esquinas, das mesas de pub, das noites regadas a álcool, de uma vida regada por arte e música na frente de todo o resto.

Produção praticamente regular durante mais de 40 anos de atividade, o Fall passou por incontáveis formações e mesmo assim, ouvindo um disco como Grotesque (1980) ou The Unutterable (2000), são discos que se tivessem sido lançados em anos trocados, não seriam datados, tão pouco avançados.

De uma maneira estranha, desde que o Fall surgiu, ele criou uma linha do tempo própria, que não obedeceu a modismos, outros gêneros ou modinhas pra ganhar mercado ou público. O som da banda nasceu de um jeito e nele permaneceu, mesmo agregando algo de eletrônico, batidas mais fortes, ou riffs mais modernos, tudo contribuiu para fortalecer uma sonoridade facilmente identificável a milhas de distância.

Um cara tão particular como ele fará falta. Não se repõe alguém como Mark E. Smith. O rock perde mais um artista com A maiúsculo.

Abaixo uma pequena galeria com meus momentos favoritos envolvendo esse figura:

 

 

Como disse John Peel, tudo do The Fall é bom, não dá pra escolher uma coisa só, então faça um favor a si e baixe a discografia do Fall e caia de cabeça. Não falta material online.


3 Discos que podem animar 2018!

Lá no final do ano passado, ou seja, há um século e meio atrás, eu apostei que alguns jovens senhores poderiam tirar as poeiras de seus instrumentos e teríamos motivos para crer que coisa boa surgiria nesse modorrento e cada vez mais desértico território da música adulta comercial mundial.

Ainda não dá pra cravar 100% de certeza mas dá pra vislumbrar ali delante o morro do horizonte pop rock que se nada der muito errado, esses três artistas abaixo lançarão coisas boas em 2018 (e nem estou falando ainda do My Bloody Valentine que já prometeu disco novo esse ano… ai ai ai).

Vamos as apostas:

Eels – The Desconstruction

O álbum deve sair em 06 de abril e será o 15o de uma carreira regada de momentos quase populares e outros nem tanto, mas de inacreditável regularidade e qualidade. Nada que o “geniozinho” E. (é uma banda de um homem só), faça que não fique bom. A vida e a carreira dele poderiam te-lo transformado em um artista mais popular do que ele é pelo menos para a geração indie (e ele fez por merecer esse reconhecimento), seus primeiros 4 albuns são clássicos e ele sempre manda bem ao vivo. A música nova “The Desconstruction” mostra a grande capacidade de produzir lindas harmonias com simplicidade, personalidade e de maneira inimitável e por aqui estou só esperando coisa ótima vindo da cabeça doida de E..

 

Ministry – AmeriKKKant

A nova paulada do Ministry sai em 08 de março. Nem tanto pro metal, nem tanto pro industrial, mas ali na fronteira entre os dois gêneros mas não menos raivoso. A considerar a cacetada “Antifa” que já saiu em dezembro, “AmeriKKKant” tem tudo pra ser um dos melhores discos da banda em anos. Aproveitando a confusão moral e estética em que os EUA se enfiaram é bom ressurgir um pouco de degeneração a la 80s pra dar um tapa sonoro na monótona cena rock mundial.

 

The Decemberists – I’ll Be Your Girl

Parece que foi ontem que eu descobri essa banda folk jóia, mas já são 16 anos de carreira discográfica e depois desse tempo todo, eles resolveram chutar o balde e lançar um disco a la Human League, Gary Numan ou tecnopop 80s I’ll Be Your Girl será o 10o álbum da banda e confesso que eu não ficava empolgado com um lançamento deles desde bastante tempo. Fresco e revigorado, se o disco seguir a vibe de “Severed” primeira música lançada do novo play, pode cravar que será um dos melhores discos do ano. Adoraria ouvir isso ao vivo ao lado do Future Islands e outros eletro pop heroes do momento.

 

E como bônus, trago boas novas: o ótimo trio Sunflower Bean chega com seu segundo album em 23 de março. Barulhinho com estilo, seu segundo álbum “Twentytwo in Blue” tem tudo pra ser aquele disco de roquinho indie pra gente nova e velha poder dançar, se esbarrar e gostar. Eu já tinha gostado muito do primeiro single desse play “I Was a Fool”, mas gostei mais dessa nova que saiu há uns dias atrás: “Crisis Fest”. Torcendo por um disco bom de rock feito por alguém com menos de 35 anos.


Só surubinha não phode?

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A última do momento é a polêmica em torno do funk “Só Surubinha De Leve” do Mc Diguinho.

O funk tem sido alvo de diversos grupos feministas, simpatizantes e indignados em geral com o teor da letra e tem sido acusada de fazer apologia ao estupro.

O barulho foi tanto, que a música hoje foi banida de praticamente todas as plataformas de streaming (Deezer, Spotify, etc) e também do YouTube, ou seja, não dá pra escutar a “obra” e ter uma posição mais clara a respeito.

Não vou entrar na questão de analise de texto, contexto ou qual trecho faz apologia a estupro propriamente dito (eu diria que é o refrão).

Evidente que a letra é uma baixaria horrenda, no nível mais ralo imaginável, próximo a um estágio anterior ao do Homo Sapiens, desrespeitoso com mulheres, com homens, com trans e com qualquer pessoa que tenha olhos e ouvidos em funcionamento mínimo pra conseguir ler e ouvir essa “canção”.

Que o seu autor, que por sinal é também responsável por outras perolas como “Catucada”, “Sou Brabo na Catucada” e “Passa a Lingua e Lambe” não mereceria minha atenção, nem a sua e nem a de ninguém que tenha mínimo entendimento do processo civilizatório e da evolução da espécie humana.

Mas….

Aí vem o mas…

Acreditando piamente na democracia como um estado de direito, coberto das mais amplas liberdades por todos os lados, seguido de responsabilidades e deveres e na existência plena de dissonâncias vindas de todas as áreas e todos os setores da sociedade (política, cultural, comportamental, etc) e que a convivência das diferenças (gênero, sexualidade, religião, opinião, gosto musical, etc.) e o respeito absoluto a todas elas é que fortalecem a democracia não como algo imposto por um governo, arbitrado pelo estado, mas emanado da “polix”, entendido e praticado em qualquer esquina do Oiapoque ao Chui é que vejo com maus olhos esse tipo de cerceamento de liberdades.

Quem são essas empresas ou pessoas pra definir o que pode e o que não pode em suas plataformas? Como se define isso? Não é uma questão comercial? Se tá bombando e trazendo novos ouvintes e gerando receita, tá tudo certo, aí quando o barco vira e “pode” começar a pegar mal pra “marca/Branding”, tira do ar?

Eu só queria ouvir essa porcaria pra saber o quão lixo essa música é e não ouvi-la pra sair por ai com uma “validação” pra sair estuprando pessoas.

Estupradores de verdade não precisam de uma música pra isso: Woody Allen, Harvey Weinstein, Brett Ratner e mais milhões de anônimos que abusam e cometem crimes contra mulheres adultas ou crianças não precisam de trilha sonora alguma pra cometer seus abusos.

Agora estão estuprando a liberdade de expressão e nesse caso, ganha aplausos e claquete.

Fight fire, with fire… ou no do outro pode.

Quem se sentiu ofendido com a música tem também todo o direito e espaço pra protestar, xingar, mandar pro inferno, escrutinar, etc.

Não estou aqui defendendo a letra ou o conteúdo do Mc Diguinho (já escrevi o que penso no começo do texto), estou aqui defendendo a liberdade de se poder cantar ou falar sobre qualquer assunto, mesmo sendo contra o que acredito e gosto.

Uma das minhas músicas favoritas da minha juventude é “Cop Killer” do Body Count, que na época também foi censurada, perseguida, etc , mas que venceu essa barreira e foi mantida, dá pra se ouvir por ai e narra a história de um cara que sai por ai se vangloriando de ser um “matador de policiais”.

Como um legalista, defensor das instituições, acredito que “matar policiais” não é solução pra nada e repugno quem pensa o contrário, mas a música é boa pra cacete e eu adoro.

Dá pra listar diversas músicas com conteúdo impróprios e que adoro também (se for pro mundo do Rap dá umas 20 páginas de músicas desrespeitosas e ofensivas).

Por outro lado, se eu listar temas que acredito e respeito (amor, amizade, conhecimento, lealdade, etc) e músicas que versam sobre esses temas e eu pudesse banir do planeta, 95% do que foi gravado no mundo não existiria.

O crescimento e aprendizado de cada um se dá do entendimento dessas dissonâncias, da reflexão que pode ser colhida até em coisas pavorosas e que arte é representação da realidade, não a realidade em si.

Assim como tá errado Museu ceder a pressão de moralistas de plantão contra exposições “polêmicas”, tá errado igualmente banir uma canção por conta de seu tema.

Quer gostem ou não, liberdade de expressão é pra todos.

Abaixo a letra do Mc Diguinho:

Pega a visão, pega a visão
Pega a visão, pega a visão

Aquele pique, óh!
É o Selminho que tá mandando
Anda, chama!
É o Diguinho que tá mandando
Anda, chama!

Pode vim sem dinheiro
Mas traz uma piranha, aí!
(Pode vim sem dinheiro) (chama, chama)
(Mas traz uma piranha, aí!) (chama, chama)

Brota e convoca as puta
Brota e convoca as puta
Mais tarde tem fervo
Hoje vai rolar suruba

Só uma surubinha de leve, surubinha de leve
Com essas filha da puta
Taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

Só uma surubinha de leve, surubinha de leve
Com essas filha da puta
Taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

Taca a bebida, depois taca a pica
Taca a bebida, depois taca a pica
Ta-taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

O ritmo do Diguinho é esse aqui, óh
Pega a visão, pega a visão
O ritmo do Selminho é esse aqui, óh
Aquele-aquele pique, óh

Só uma surubinha de leve, surubinha de leve
Com essas filha da puta
Taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

Só uma surubinha de leve, surubinha de leve
Com essas filha da puta
Taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

Taca a bebida, depois taca a pica
Taca a bebida, depois taca a pica
Ta-taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

É o Selminho que tá mandando
Anda, chama!
É o Diguinho que tá mandando
Anda, chama!

Pode vim sem dinheiro
Mas traz uma piranha, aí!
(Pode vim sem dinheiro) (chama, chama)
(Mas traz uma piranha, aí!) (chama, chama)

Brota e convoca as puta
Brota e convoca as puta
Mais tarde tem fervo
Hoje vai rolar suruba

Só uma surubinha de leve, surubinha de leve
Com essas filha da puta
Taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

Só uma surubinha de leve, surubinha de leve
Com essas filha da puta
Taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

Taca a bebida, depois taca a pica
Taca a bebida, depois taca a pica
Ta-taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

O ritmo do Diguinho é esse aqui, óh
Pega a visão, pega a visão
O ritmo do Selminho é esse aqui, óh
Aquele-aquele pique, óh

Só uma surubinha de leve, surubinha de leve
Com essas filha da puta
Taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

Só uma surubinha de leve, surubinha de leve
Com essas filha da puta
Taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua

Taca a bebida, depois taca a pica
Taca a bebida, depois taca a pica
Ta-taca a bebida, depois taca a pica
E abandona na rua


Quem Rouba ladrão tem…??

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No mundo da ultra velocidade das informações e do multitelar, polêmicas e indignações nascem e morrem com a mesma velocidade da vida de uma borboleta.

A última ou a penúltima ou a antepenúltima do mundo pop dito “adulto”, foi a noticia de que o Radiohead entraria com um processo por plágio contra a cantora Lana Del Rey.

A rebordosa está na canção “Get Free”, faixa do ultimo álbum da cantora, chamado Lust For Life.

Toda a levada e estrutura de Get Free “lembra” pra não dizer que é “completamente chupada” de Creep. Logo, o maior hit da banda.

Difícil não concordar com o time jurídico da banda, a canção da moça, que teve outros 2 autores é muito, mas muito parecida em clima, em “mood” e nos acordes, são pelo menos 2 minutos praticamente iguais ao hit dos ingleses.

A banda pede 100% do royalties e Lana tava disposta a dar 40%, agora o kiprocó vai pra júri e normalmente esse tipo de processo quem ganha é quem acusa.

Curioso que Creep sofreu o mesmo problema quando foi lançada em 1993, dois compositores da banda sessentista The Hollies alegaram plágio e acabaram ganhando, foram incluídos como co-autores do maior hit do Cabeca de Radio por conta da música “The Air That I Breathe”.

Honestamente, a turma do Hollies ganhou por conta do respeito, pois Creep chupinha com um pouco mais de disfarce. O clima lembra, faz referência mas não é tão na caruda como no caso de Laninha e suas blue caps.

A sequencia harmonica não é 100% a mesma, mas as vocalizações são muito parecidas e numa época em que a indústria tinha dinheiro de sobra (anos 90), apaziguaram a coisa dando crédito aos dois e o enterro seguiu.

Só na época do Britpop, Blur, Oasis, Pulp e Radiohead se fartaram em copiar quem veio antes: Bowie, Kinks, Beatles, etc.

Não é o primeiro, nem vai ser o último caso de “gatunagem” criativa, assim, resolvi listar alguns “plágios” clássicos do pop pra mostrar que até “gênio” passa umas rasteiras pra ganhar aquele dinheirinho.

Sam Smith X Tom Petty – Stay With Me…

O cantor inglês surrupiou quase toda a estrutura de I Wont Back Down, de Tom Petty. Sam e seu time alegou que foi um “acidente musical” e no acordo o nome de Petty foi incluído nos créditos. Faltou um pouco mais de óleo de peroba do inglesinho cara de bolacha!

 

The Beatles X Chuck Berry – Come Together.

É, até eles! A base do famoso clássico que abre o famoso disco da “faixa de segurança” é You Cant Catch Me, de Chuck Berry. A alegação foi a levada vocal e os primeiros versos que tem sua semelhança em Come Together. Tudo foi resolvido extra-judicialmente e foi tão de boa que até juntos eles tocariam depois, alem de ter rendido até uma versão do ex-beatle em seu discos de covers. Meio falsineide, mas John Lennon e Chuck Berry juntos é de tremer…

 

The Verve X The Rolling Stones – Bitter Sweet Symphony

A levada orquestral que permeia a música, foi “inspirada” em The Last Time, canção dos Rolling Stones, em uma versão orquestrada por Andrew Oldham Orchestra. Não dá pra negar… o seu cabelo despenteado tá lá nos Stones também.

 

Elastica x Wire – Connection

Plágio ou homenagem explicita? O fato é que o maior hit da carreira da fodastica banda inglesa é chupadissima de um clássico do pós-punk inglês Wire, na canção Three Girl Rumba, gravada em 1977. O caso de amor de Justine Frischmann (Elástica) com o Wire é tão grande que outras músicas do grupo guardam semelhanças com outras faixas do Wire. Alguém fez o favor de compilar tudo e botar no youtube pra gente.

 

Tom Jobim X Irwing Berlin – Samba de Uma Nota Só.

Até os gênios dão aquela lambidinha e nesse caso, o nosso maestro máximo tomou emprestado o jeitãozinho suave e “monótono” de Mr. Monotony, de Irwing Berlin. Como gênio que foi, Jobim se apropriou um tiquinho, o suficiente pra que nenhuma acusação de plágio fosse formalizada, além de que, Jobim deu um “upgrade” no “ragtime de uma nota só” de Berlin.

 

Os brazucas anos 80 chuparam os gringos até não poder mais (no bom sentido), acho que o The Cure foi de longe, a mais imitada (Legião, Biquini Cavadão, Zero, Plebe Rude, Ultraje), levantar todas as semelhanças de The Cure com o Brock ia dar um trabalho desnecessário e do cão, mas deixo aqui uma palhinha, peguem só o comecinho das duas músicas:

Ou essa aqui? Menos descarada mas no mesmo “clima”, especialmente nas introduções.

 

Não vou nem citar os históricos plágios de Rod Stewart com Jorge Ben, Raul Seixas com The Byrds ou Tim Maia com Booker T., mas uma ultima que me chamou a atenção logo no final desse texto, foi uma que apareceu na minha timeline e não pude deixar de compartilhar, que é tão imitado de Aquele Abraço do Gilberto Gil que é quase uma versão não autorizada.

 

Quer se divertir um pouquinho mais, abaixo tem um link em que alguém com muito tempo livre e paciência resolveu botar lado a lado copiador e copiado.

 


Tendências Lacradoras para 2018.

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E num esforço digno de Mãe Dinah ou Walter Mercado, vou tentar aqui dar alguns palpites do que vai acontecer no mundo da música em 2018, pois afinal, a esperança é “ainda” a única que morre.

 

Festivais chatíssimos mundo afora e aqui também (que eu não irei):

Não precisa ser nenhum gênio pra adivinhar isso tendo em vista o que tem saído de discos que são verdadeiros porres e festivais com cada vez menos diversidade (é tudo farinha do mesmo saco). Só pra dar uma mostra:, o então todo poderoso Coachella já divulgou seus headliners: Beyonce, The Weeknd e Eminem. E nem vou entrar no assunto Lollapalooza Brasil, Tomorrowland, etc…

 

Djs tocando cada vez menos e pulando cada vez mais:

Natural, não estamos falando nada que já não esteja acontecendo, mas a questão é: algum dj vai realmente voltar a virar uns disquinhos por ai?

 

Anitta estourando globalmente:

Demorou, Anitta é a artista brasileira mais preparada e capacitada pra fazer isso. Tá com tudo: fama, dinheiro, fãs, contatos, views, gana, (podia ter umas músicas melhores, mas isso é detalhe). Pelo menos não tem nenhuma diva ou artista de ponta com repertório novo bom também, então o caminho tá pra ela.

 

MCs brasileiros e seus “featurings” alucinados:

Não sei se vocês se deram conta de quanto musicalmente estamos parelhos com o resto do mundo (pelo menos no quesito Musica Pop), e tudo isso graças a imensa fauna de Mcs e produtores de Funk. Periga dentro em muito breve, um dos diversos Mcs, funkeiros, produtores brazucas emplacar um “hit do verão” no Hemisfério Norte. Quem pode ser o novo rei ou rainha? Sei lá, desconfio que quem tiver mais perto de “Deus” ou de “Bach”, leva esse caneco pra casa.

 

O que sobrar do Rock embrulha e enterra:

É possível que artistas “grandes” do rock lancem novos álbuns ano que vem. Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, Black Rebel Motorcycle Club dentre outros já tem discos pra sair, posso até queimar minha língua, mas acho que nenhum deles será bom e ainda desconfio que no final do ano, nenhum disco de “rock” aparecerá em nenhuma lista de nenhuma “publicação” de música planeta afora. Rest in Peace.

 

Todo o mundo vem pro Braza em 2018!

Só não vem que já tá morto, ou quem tiver fazendo show muito bom por ai (tipo Nick Cave), de resto, todo o mundo vem pra cá buscar um belo dum cascalho e encher as lindas arenas Brasil afora. Phil Collins, Ozzy Osbourne, Roger Waters, Foo Fighters, Radiohead, Killers, Depeche Mode, tem pra todos os gostos, mas não para todos os bolsos, só pra quem tiver os cartões “ouro” “platinum” “platinum-gold” e por ai vai.

 

Mais velórios famosos na música:

O mundo da música tá melhor no céu que na Terra já faz um tempo, mas o último ano foi “grosseiro” nesse quesito: Luiz Melodia, Wilson das Neves, Belchior, Almir Guineto, Paulo Silvino, Tom Petty, Chuck Berry, Fats Domino, Malcolm Young (Ac/Dc), Chris Cornell (Soundgarden e Audioslave), Greg Allman (Allman Brothers Band), Grant Hart (Husker Du), Charles Bradley, Walter Becker (Steely Dan), Al Jarreau, J. Geils, Jaki Liebezeit e Holger Czukay (Can) foram alguns dos que se foram esse ano. Prepara o lenço que em 2018 vai ter muito mais!

 

Alguns Dinossauros chutando o Balde.

São poucos, mas eles existem ainda. E melhor, com algo a dizer. Em 2017, ótimos exemplos da velha guarda mundo afora (Roger Waters, Mick Jagger, Blondie, Fleetwood Mac). Em 2018 tem tudo pra continuar nessa tocada.

 

Mais Trans no Mundo Pop

Vão chegar com tudo, todo artista pop de ponta que não tiver pelo menos um amigo/amiga Trans cantando, dançando ou “featurando” cairá no Ostracismo rapidamente e as milícias ideológicas de ambos os lados não terão a quem defender, ou atacar. E vc artista não conseguirá seus views, seu “buzz” e sua “lacração”.

 

Mais Discursos Políticos:

Não que artista pop saiba falar sobre política, mas pra se destacar, muitos usaram plataformas políticas como motor de arranque para seus novos projetos, videos ou posts. No Brasil pode até ser que vire tendência, mas como a maioria é muito bundona, tá mais fácil artista gringo vir aqui dar pitaco do que nossa gleba!

 

Alguma boa surpresa!

Tudo pode acontecer, com o mundo virado de ponta cabeça, até algum artista realmente bom pode aparecer nesse meio tempo e tomar o mundo de assalto (essa chance é quase Zero), mas, a esperança, sempre ela, etc…

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Esse humilde blog entra em recesso parlamentar até comecinho de janeiro. Tenham um ótimo Natal, excelente Reveillon e que Deus nos ajude em 2018. Vai ser osso!


Marília Mendonça é a Nossa Adele… só que muito mais legal!

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Antes que algum espirito malicioso associe o título desse blog ao fato das duas cantoras e compositoras terem aspectos físicos parecidos, eu já digo: Esse é um blog de música não de fofoca, assim aspectos estéticos físicos não nos interessam por enquanto.

Hoje saiu uma longa e interessante matéria na Folha a respeito do consumo de música no Brasil e mostrou que a cantora de 22 anos Marília Mendonça é a artista mais ouvida no Brasil.

http://arte.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/musica-muito-popular-brasileira/introducao/

Isso foi o que mostrou a pesquisa que usou dados de quantidades de visualizações do YouTube, e Marília aparece com incríveis 4,1 Bilhões de views desde setembro de 2014 (o período analisado foi de set/14 até Ago/17), seguida de perto pela dupla Henrique e Juliano com 3,8 Bi e a cantora gospel Bruna Karla com 3,5 Bi.

A matéria é legal, extensa, destrincha diversos aspectos e tenta compreender esse fenômeno se valendo dos dados, mas faltou uma conclusão, ou alguém pra dar um pitaco sobre esses números, mais ai sai do jornalismo e vira opinião.

Outra olhar enviezado é quando se compara a Audiência de Marilia com artistas com Michael Jackson, Beatles, Stones e Radiohead.

É até bobo buscar essas comparações pois são artistas pop de gerações passadas, se considerarmos que uma geração se renova de 7 em 7 anos, Michael Jackson viveu seu auge há 35 anos e morreu há quase 7.

Pra matéria ficar completa, alguém poderia escrever um bom artigo sobre um cara que tá bem por dentro desse fenômeno chamado Wander Oliveira, empresário de artistas sertanejos e que comanda as carreiras de Marília, Henrique e Juliano, Maiara & Maraisa e que vai cuidar agora de Wanessa Camargo.

Sem dúvida é um cara que deve ter muito a dizer, e jornalista com bom faro pode achar um monte de coisas sobre ele.

Enfim, a epifania veio ao ler a matéria, e a principal headline foi “A Rainha da Sofrência”, que faz referencia ao fato da cantora e compositora gostar de escrever e cantar os desamores, as vinganças contra os homens “galinhas”, a maneira despachada de lidar com o sofrimento de um relacionamento mas também não ficar muito de “mimimi” e fazer a fila andar.

Pois é exatamente com esse discurso que a Adele estourou no mundo todo com seu segundo álbum “21”. Fenômeno planetário, Adele tratava dos mesmos temas, mas tinha uma Columbia Records por tras dando suporte e chamando um time foda de produtores para transformar boas canções de “sofrência” em hits globais.

E é nessa mesma característica que residem as semelhanças entre as duas artistas e então não precisa ser nenhum gênio pra sacar que onde cai um raio, podem cair dois.

É até mais tranquilo, pois em termos de cultura global, o Brasil sempre está uns dois ou três anos atrás do resto do mundo, então o que a Adele foi há 5 anos, Marilia pode ser agora.

Nunca ouvi 1 segundo de alguma música de Marilia Mendonça, mas isso é o de menos, e honestamente, não importa.

Marília faz música popular em português e dentro dos atuais moldes de composição e linha de fabricação, o que ela canta em português, algum outro pode estar cantando em turco, espanhol, inglês, francês ou coreano.

A música pop está tão homogênea e previsível que não é mais surpresa ouvir os “featurings” que tem rolado mundo afora: Anitta e Diplo; Ivete e Criolo; Emicida e Mc Guimé, Coldplay e Rihanna.

E não será surpresa mais ver um Alok com Beyonce, Bjork com Mc Bin Laden, Anitta com  Lady Gaga, Katy Perry com Luan Santana.

Nada mais surpreende pois nada é mais tão diferente, nunca tudo foi tão igual e previsível, basta que se tenha a vontade de “bastidores” e acertar os detalhes para que seus artistas, tal qual cavalos de corrida, se associem para juntar suas “audiências” e “fan bases” e gerar milhões de likes (isso sim é moeda virtual importantíssima, fazedora de dinheiro de verdade).

Não vou julgar se isso é bom ou não, mas é um fato. A indústria do entretenimento está cada vez em menos mãos e mudando muito rápido, quem chega leva tudo e o público sempre consumirá o que for popular e o que os “parças” estiverem consumindo.

Isso é assim desde que o mundo é mundo e desde que existe indústria fonográfica.

Outra coisa que chama a atenção em relação aos artistas mais visualizados, e por conseguinte os mais tocados, os que mais ganham dinheiro e por ai vai é que eles representam 3 setores da economia mais lucrativos e mais enroscados:

Agronegócio, Igrejas e Tráfico de drogas.

Como não sou jornalista, não preciso ir atrás, mas se cavucar essa relação de consumo musical com mercado de shows e os 3 setores listados dá um samba.

Bem, samba não, que ninguém mais ouve samba…


Festa da Música! Os melhores de 2017!

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A esperança é a única que morre.

2017 continua naquelas, muita coisa acontecendo, mas no frigir dos ovos, pouco se salva.

A mídia a essas alturas, já escolheu seus favoritos (Kendrick Lamar, Lorde, Childish Gambino), mas eu não acredito mais muito nessa mídia internética que segue os mesmos moldes da fábrica de “criticas” que era no passado.

Mudam-se as mídias, mas as moscas continuam as mesmas. Ou o jabá.

Aderindo a modernidade, tem até uma playlist lá no Spotify… enjoy it.

 

Anyway, 2017 tem bons caminhos sendo seguidos, vamos a eles:

Melhores Músicas:

Lorde – Green Light

A menina virou mulherona, o disco está sendo muito elogiado e ganhando todas as listas. Não achei pra tanto, mas essa música é muito acima da média!

 

Paramore – Hard Times

Em nenhum momento me vi colocando essa banda em alguma lista boa, mas a virada para o pop fez bem ao Paramore. Deixaram de ser uma banda punk pop ruim pra ser uma banda pop a la “Blondie” promissora. No mais, essa é a melhor faixa pop de 2017. O resto do disco bate na trave.

 

Kamasi Washington – Truth

Um sopro nas teias de aranha do jazz, Kamasi lidera um grupo de ótimos músicos pra levar o jazz de volta as massas com relevância. O Ep é espetacular, mas essa faixa é um deslumbre.

 

Sunflower Bean – I Was A Fool

Indie gostosinho e que vem com aquela promessa de dias melhores. Ótimos músicos e canção sexy. O álbum completo sai ano que vem.

 

Starcrawler – I Love LA

Roquinho e clipe a la anos 90. Bom.

 

Kasabian – Bless This Acid House

Outra banda que tirou um coelho da cartola, excelente música, com refrão pra cima honrando o “British way” pra fazer rock-pop. Há muito, eles deviam um bom disco e uma boa canção. Acertaram na mosca na música, no disco ficou no quase.

 

Liam Gallagher – Come Back To Me

Os irmãos Gallagher botaram pra quebrar esse ano e ambos acertaram em seus respectivos discos, o do Liam é legal, mas algumas músicas tão muito acima, outras repetem o que ele já fez no Oasis. Produção meio dispersa, mas funciona. E essa é o tipo de música pé-na-porta típica de um “maloqueiro” a la Liam.

 

Future Islands – Ran

Segurando forte o tecnopop e new romantic do Roxy Music 80s, o trio de Baltimore fez um disco que quase entrou nessa lista, seu novo The Far Field acho que só não entrou pois não consegui o ouvir tanto, mas Ran é uma lindeza e tamo na torcida pra que eles desembarquem por aqui.

 

The XX – Say Something Loving

Outra banda que todo o mundo tem em alta conta desde que surgiu, mas pra mim sempre pareceram um rascunho de banda. Nunca tinha conseguido dar conta dessa “modernidade cansada”, mas fizeram um quase ótimo álbum, chamado I See You e pelo menos uma musica muito bonitinha, difícil de desgrudar e “pasmem”, não vai pintar em nenhuma lista de melhores de 2017.

 

Melhores Discos:

Hour-Concours: Jesus & Mary Chain – Damage & Joy

Dois motivos para estar nessa lista e não ser listado: 1. É um disco novo do Jesus desde 1998; 2. Não é um disco horrível. E um terceiro por conta: sou fanático por eles, tenho todos os discos e gosto de tudo. Não seria racional lista-lo só por isso, o disco é legal mas tem coisa melhor. Mas é um Jesus, já escrevi isso né?

 

  1. Roger Waters – Is This The Life You Really Want It?

Pro bem ou pro mal, Roger é uma das vozes mais contundentes contra o presidente Trump, a favor da Palestina e dos refugiados. Seu álbum é politico não só onde tem que ser, mas em quase tudo. Especialmente nas questões humanas. Brilhante produção de Nigel Godrich, produtor da principal filial imitadora do Floyd (o Radiohead), Is This… é a melhor coisa de um Floyd desde Animals.

 

  1. PowerTrip – Nightmare Logic

Sempre tem uns dois ou três discos de metal muito bons todo o ano, esse ano fico com esse bardo trash metal de Dallas. Moderno e old School, pancadaria espetacular e exemplar. Bangers do mundo uni-vos e saudemos! Alguem podia trazer esses caras junto com o Mastodon e o Kverletak… eu ia ficar felizão.

 

  1. Orchestral Manouvres in The Dark – Punishment Of Luxury

O O.M.D. é uma das bandas da minha vida, ouvi-los ativos e bons é um grande alivio. Punishment é tecnopop das antigas, com cheiro de teclados antigos, batidas meio mofadas mas também com um discurso contra os rumos da modernidade muito interessantes. Voltaram a ser relevantes depois de longos anos no ostracismo.

 

  1. The Regrettes – Feel Your Feelings Fool!

Disco de roquinho bom. Meio garagem, meio punk pop 3 minas cantando e fazendo backing vocals, meio Ramones, meio Donnas, uma bobagem deliciosa e descompromissada. Se o rock servisse pra alguma coisa, alguém daria bola pra elas, mas elas só estão fazendo o som certo no momento errado.

 

  1. Noel Gallagher’s High Flying Birds – Who Built The Moon?

E não é que ele chegou lá de novo? E justamente quando mais se afastou do som que o consagrou no Oasis, Noel flertou com sons dançantes, graças ao produtor e dj David Holmes e o resultado é um saboroso martelo contra a burrice no pop. Elaborado, rico e pop, Noel cometeu um discasso!

 

  1. King Gizzard & The Lizard Wizard – Murder Of The Universe

Nenhuma banda trabalhou mais do que esse hepteto australiano. Só em 2017 eles lançaram 4 álbuns! Sim, 4 álbuns completos com mais de 40 minutos cada um. Passeando pelo progressivo, jazz 70’s, krautrock e principalmente psicodelismo, o som da banda é uma surra sonora. Os 4 são interessantes, mas esse lançado no primeiro semestre é o mais legal de todos.

 

  1. Idles – Brutalism

Esse ai foi uma dica do chapa André Gustavo, economista e fanático por punk e new wave que compartilhou essa banda comigo e pirei. Sem dúvida, junto ao Oh Boland e o Personal & The Pizzas são as melhores bandas a carregar o punk adiante. Pesado e denso, lembra um pouco outra banda que acompanho e gosto chamada Iceage. Promissor!

 

  1. Thundercat – Drunk

Se de repente, o jazz voltar a virar modinha e um dos responsáveis é esse baixista espetacular. Jazz 70’s com um pouco de fusion, mas bem anos 2000. Som com corpo, textura, substancia e conteúdo. Misturando muzak dos 70 com rap, Marcos Valle e Zappa é som pra ganhar prêmios mundo afora. Finissimo!

 

  1. Algiers – The Underside Of Power

Uma voz poderosa, daquelas que transmitem fúria ancestral, you know? É esse o caso desse quarteto de Atlanta. Segundo álbum dos caras é uma surpresa gratificante e um sanduiche de Post-punk e R&B antigo, uma trombada de The Fall com Otis Redding. Dançante, inteligente e instigante, certamente é uma das melhores coisas que existem por ai no universo indie.

 

  1. Miley Cyrus – Younger Now

Não entendo mais esse mundo, agora que a Miley Cyrus vira artista de verdade, ninguém dá mais bola pra ela? De uns tempos pra cá, ela só tem melhorado como cantora e arriscado como artista, tomando decisões incomuns e corajosas. Com Younger Now, ela finalmente deixa um disco pra “posteridade pop”. Seu estranho álbum anterior é mais corajoso e ousado, mas esse novo é uma delicia pop de cabo a rabo. Boas baladas, ótimos arranjos, guitarras espertas e protagonistas. Pop old school.

 

  1. The Feelies – In Between

A banda existe desde 1980, lá atrás, fizeram um dos melhores discos de “new wave/punk/indie” daquela época, chamado Crazy Rhythm, e em 37 anos a banda acabou, voltou e eis que em 2017 eles lançam o melhor álbum de indie rock do ano. Precisa voltar alguém do passado pra mostrar como se faz e seguindo a linha iniciada pelo Velvet Underground, o Feelies foi e é um dos grandes expoentes do som simples, mas vanguarda que o Velvet propôs lá atrás. In Between é bom na repetição sistêmica e nas guitarras (salvadoras, quietas e barulhentas, alternando com maestria por quase todos os discos bons de indie rock que ouvi a vida inteira). Surpresa boa!

 

  1. Arcade Fire – Everything Now

E agora que eles acertaram um disco, ninguém gostou? Não entendo mais nada! Sempre achei a banda muito Superestimada, mas de uns tempos pra cá to começando a entender e gostar e Everything Now pode parecer um passo pro lado em relação ao seu trabalho anterior, mas a roupagem escolhida e o conceito pensado pro álbum foi sensacional. A melhor referencia que eu encontrei pra esse disco foi o Zooropa do U2, que na época também passou despercebido, mas que de maneira aguda capturou um tempo e um espaço e encapsulou em um álbum. Everything fez a mesma coisa em 2017. É tão bom, que talvez só consigamos entender mesmo daqui há alguns anos.

 

 


10 Músicas Horríveis que eu Amo!

Sem medo de ser feliz!

Muitas dessas músicas listadas tem a única razão de serem canções feitas para “entreter” ou “vender”.

São superficiais, muitas delas pobres em rima, em ritmo e em harmonia.

Quase todas são simplórias, bobas, idiotas e devem ter sido gravadas tão rapidamente que sequer passaram por alguma melhoria técnica ou conceitual.

Mas quer saber, amo elas!

Fazem parte de um certo círculo que todo mundo viciado em música tem que são os “Guilty Pleasures”. Sem vergonha nenhuma, apresento abaixo uma lista pra deixar qualquer ambiente feliz e esses ai são os meus:

 

  1. High – Lightouse Family

A dupla inglesa foi um dos maiores “hitmakers” dos anos 90. Seguindo a linha pop eletrônico “sofisticado” pero no mucho, fizeram baladas soporosas e musiquinhas pra se dançar sem derramar uma gota da bebida. Tudo meio sem sal, mas eu adoro essa música, em especial o refrão com os backing vocals, dá aquela sensação confortante de um porto seguro para os ouvidos.

 

  1. For Your Babies – Simply Red

Só o fato de incluir o Simply Red em qualquer lista de melhores “qualquer coisa” já é culpa pra carai… e dizer que eu acho essa música incrível? Ela tem todos os clichês possíveis de uma canção pop superficial. Solo de violão ruim, bateria quase inexistente, cantado no máximo da burocracia do “soft soul White” do SR, mas tenho uma ligação de “amizade afetiva” por ela.

 

  1. Love Is In The Air – John Paul Young

O cantor australiano cometeu um dos mais belos “one hit Wonders” ever, refrão grudento e emocionante, impossível não se deixar contagiar pelo otimismo inocente exageradamente açucarado e bobo.

 

  1. The Sign – Ace Of Base

Poderia facilmente ser All That She Wants, mas ai iria contra o espirito do tema de hoje, afinal All.. é uma canção pop perfeita, não se encaixa nesse tema. The Sign é deliciosa, mas é uma porcaria, convenhamos…

 

  1. Live To Tell – Madonna

A Madonna tem ótimos sucessos, quase tudo o que virou hit é hoje meio “clássico”, mas os fãs não vão muito com a cara de Live to Tell, por que é uma balada bem da “ruim”. Pretensiosa, super produzida, mas insipida, a canção ganhou destino certo nas rádios “adultas” ou de “musica de velho” e me embalou pra dormir algumas vezes quando eu era projeto de adolescente.

 

  1. Sonhos – Jane Duboc

A Jane foi a minha primeira paixão platônica, primeira musa! Amava as bochechas e a calça “bag”, muito em moda na década de 80. Jane tem passado de respeito, cantou numa das primeiras bandas de “rock progressivo” nos anos 70, o Bacamarte, mas pra sobreviver, caiu no pop “Sullivan e Massadas” e fez alguns hits nos 80s. Sonhos é bem marcada, cafona e tem o refrão mais paiero, maravilhoso do pop radiofônico brasileiro.

 

  1. Harry Houdini – Kon Kan

Kon-Kan não vale uma nota falsa de 3 dolares canadenses, mas o disco Move To Move é um dos poucos “intocáveis” da minha discoteca. Tem músicas ótimas e que nem considero “guilty”, mas Harry é bem da vagaba. Teclados toscos, voz fanha, mas quem liga pra esses detalhes, não é?

 

  1. Perigo – Zizi Possi

Virou cantora séria cedo demais e quer saber, Sullivan e Massadas no final das contas não eram tão FDPs assim. Como não amar o clipe de Zizi e Didi? Obra-prima da breguice!

 

  1. Bring Me Edelweiss – Edelweiss

Essa é outra disgrama que dá vergonha compartilhar, mas eu gosto tanto que tenho a pachorra de guardar na coleção um 12’’ desse compacto. House ítalo, batidão “popero” e refrão surrupiado do ABBA. Irresistível.

 

  1. Conquista – Claudinho e Buchecha

Contra o espirito da lista, estou longe de achar essa música horrível. Injustamente, essa canção passou a sua vida toda sendo tratada como “porcaria”. Preconceito enorme, pois ela é genial em forma e conteúdo. Primeiro: tem uma linha de baixo eletrônico bem desenhada e incrivelmente bem executada. Segundo: o vocal é preciso, te direciona claramente para o sentimento que a música lhe proporciona. Terceiro: refrão ótimo, alto e contagiante. Canção pop perfeita.


Malibu — algo bom pra nossa mente e ouvidos.

Toda a vez que escuto uma canção que tenha Malibu no título, pode apostar, é boa!

A praia favorita de milionários, excêntricos, artistas e estrelas de Hollywood desde sempre, ajudou no clima e algumas das canções pop que mais gosto tem Malibu no titulo.

Pensei sobre isso após escutar quase na integra o novo álbum da cantora Miley Cyrus, que cada vez mais se afasta do que o pop atual propõe para o tipo de artista que ela é e se arrisca num pop mais orgânico, com boa pegada roquinho barato, boas guitarrinhas e canções realmente sensacionais.

Há um tempo acompanho a carreira dessa menina e Younger Now é um acerto raro em dias de música pop tão chatinha e tão mimizenta.

E um dos destaques é justamente Malibu!

Bela canção pra se ouvir numa saudação ao Astro-Rei, esteja você onde estiver. Pode ser em Malibu, na Praia Grande ou debaixo de chuva em São Paulo mesmo.

Trata-se de um estado de espirito leve, relaxado e que, por coincidência ou não, tem Malibu como ponto de partida.

Pra não ficar numa resenha só sobre Miley, me peguei aqui lembrando de outras canções igualmente sensacionais com Malibu no título, e aproveitando esse momento pré-verão, fiz uma seleção rápida com algumas delas, todas tendo como inspiração na Itapuã gringa.

Malibu – Hole

Todo o álbum Celebrity Skin é uma delicia. Reza a lenda que foi “secretamente” escrito por Billy Corgan (Smashing Pumpkins), que na época teria tido um caso com Courtney Love. Fofocas a parte, o álbum só melhora com o tempo e Malibu é uma das mais frescas e leves canções de pop rock feita nos anos 90.

 

Malibu – Benny Carter

Early jazz, classudo. Do tempo em que se ia pra praia de camisa, terno e no máximo se podia afrouxar a gravata.

 

Malibu Run – The Fender IV

Obscura banda de guitar-surf instrumental dos anos 60 que descobri há alguns anos, quando o algoritmo do youtube te levava para coisas legais quando voce buscava outras coisas legais.

 

Malibu Beat – Tito Puente

O rei da Salsa também prestou sua pequena homenagem ao recanto californiano, jazz-salsa pra acompanhar um bom Martini.

 

Malibu Beach Nightmare – Hanoi Rocks

Metal farofa dos anos 80, lembro desse disco (muito ruim), tive uma edição em cd que passei pra frente, mas gravei essa track. Excelente!